1 - Kelmara Mendes Vieira UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - Santa Maria
2 - Taiane Keila Matheis UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - Santa Maria
3 - Breno Augusto Diniz Pereira UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - Programa de Pós-Graduação em Administração
4 - Leander Luiz Klein UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - Programa de Pós Graduação em Gestão de Organizações Públicas - PPGOP
5 - Nicole Larissa Bibiano Margarida Peres UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - Centro de Ciências Sociais e Humanas
Reumo
O cenário de envelhecimento populacional traz novos desafios para o atingimento dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS). Especialmente no que se refere ao objetivo de ampliação do bem-estar da população (ODS3) (Bashir & Qureshi, 2023). Dentre as diferentes dimensões do bem-estar, melhorar o bem-estar financeiro dos cidadãos é um desafio fundamental, pois contribui para o crescimento econômico dos países (Nanda & Banerjee, 2021) e contribuí diretamente para outros objetivos de desenvolvimento (Fu, 2020).
Identificar o bem-estar financeiro percebido pelos idosos brasileiros. Subsidiariamente, busca-se avaliar se a percepção difere segundo os perfis socioeconômicos e demográficos dos idosos.
Utilizando diferentes escalas, os estudos têm encontrado evidências para diferenças de bem-estar financeiro segundo gênero (Chatterjee et al., 2019; García-Mata et al., 2022), estado civil (García-Mata et al., 2022). Especialmente quanto à idade as evidências são divergentes. Alguns estudos sugerem que o bem-estar financeiro aumenta com a idade (Collins & Urban, 2020; Gutter & Copur, 2011) enquanto outros encontram que o nível de bem-estar financeiro diminui significativamente na terceira idade (Chatterjee et al., 2019; García-Mata et al., 2022).
A pesquisa de campo (survey) alcançou 1.129 respondentes com 60 anos ou mais. Para computar e classificar o nível de bem-estar financeiro de cada idoso foi utilizada a metodologia proposta por Vieira et al. (2023a) a qual classifica o nível de bem-estar financeiro em muito baixo, baixo, alto e muito alto. Os detalhes da metodologia de classificação utilizada estão apresentados no Apêndice A. Como procedimentos de análise de dados, foram utilizadas estatística descritiva e teste qui-quadrado.
Quando analisadas as dimensões formadoras do bem-estar financeiro, constatou-se que apesar dos idosos na maior parte do tempo estarem satisfeitos com a forma com gerem seus recursos, ainda são poucos os que se sentem tranquilos financeiramente, principalmente no que se refere a sua capacidade financeira futura. Apesar dos bons resultados para a liberdade financeira, ainda há uma parcela significativa de idosos para os quais essa liberdade se refere principalmente à satisfação das necessidades de consumo do dia a dia, mas raramente suporta maiores gastos financeiros como uma viagem de férias.
A maioria dos idosos apresentou altos níveis de bem-estar financeiro. Entretanto, uma parcela significativa dos idosos (40%) ainda apresenta níveis baixos ou muito baixos de bem-estar financeiro. . Os piores níveis foram identificados entre os de classe sociais mais baixas, não brancos, com menores graus de instrução e sem casa própria.
Bashir, I., & Qureshi, I. H. (2023). Examining theories, mediators and moderators in financial well-being literature: a systematic review and future research agenda. Qualitative Research in Organizations and Management: An International Journal, 18(4), 265-290.
Vieira, K. M., Matheis, T. K., Bressan, A. A., Potrich, A. C. G., Klein, L. L., & Rosenblum, T. O. A. (2023a). Construction and validation of a perceived financial well-being scale (PFWBS). International Journal of Bank Marketing, 41(1), 179-209.