Resumo

Título do Artigo

O AFROEMPODERAMENTO NA QUILOMBAGEM AMAZÔNICA DAS MULHERES DA AMARQUALTA
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Palavras Chave

AMARQUALTA
Quilombagem
feminismo negro

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Diversidade, Diferença e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - crystiane amaral coutinho
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA) - PPGAD
2 - Marinalva Cardoso Maciel
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA) - Programa de pós-graduação em Administração

Reumo

O afroempoderamento de mulheres em quilombos amazônicos é invisibilizado e silenciado pelo sistema patriarcal, interferindo no poder de fala entre as mulheres. A desigualdade de gênero, raça e classe; o racismo estruturais e/ou institucional, são alguns dos fatores de insegurança e barreiras impostas às mulheres. A trajetória das lutas, segundo Amoras et. al. (2021), começam a ganhar visibilidade em suas pautas, tal como no passado, nas Américas. O Saber Ancestral dessas mulheres contribui na construção de estratégias de resistências e de organização institucional.
Este estudo pretende investigar como as lideranças femininas no quilombo da Associação de Moradores e agricultores Remanescentes de quilombolas do Alto Acará-AMARQUALTA, localizada no Município de Acará, Estado do Pará, assumem seus papeis junto ao coletivo. Para tanto realizando uma pesquisa ação, onde as participantes podem interagir com equidade. Pretendo, assim, compreender Como a Quilombagem Amazônica, contribui no processo de afroempoderamento das lideranças femininas da AMARQUALTA?
Segundo Collins (2019), a interseccionalidade analisa as dinâmicas de poder na sociedade, considerando categorias como raça, classe, gênero e outras. No feminismo negro no Brasil, Djamila (2018), influenciada por Lélia González, que já questionava essa abordagem, direciona a questão das mulheres negras quilombolas que enfrentam desafios no acesso a políticas públicas e afirmativas. Em 2015, houve uma tentativa de união na AMARQUALTA para reivindicar espaços exclusivos para as demandas femininas, porém ainda persiste a interferência de elementos patriarcais e machistas presentes na Associação.
O estudo envolve mulheres negras quilombolas amazônicas, com idades entre 28 e 73 anos, a maioria casada e com filhos, que desempenham diversas atividades além de serem donas de casa. O afroempoderamento é visto como um processo coletivo que se estende para a comunidade. Elas enfrentam desafios no acesso a políticas públicas, principalmente educação, saúde, emprego e renda, devido a questões de raça, classe e gênero. Em 2015, uniram-se para reivindicar um espaço próprio para suas demandas, destacando a importância do coletivo na luta por direitos.
A interseccionalidade na abordagem do feminismo negro revela as dificuldades enfrentadas pelas mulheres negras quilombolas no acesso a políticas públicas. Elas sofrem intensamente as consequências do racismo estrutural e institucional, além de subalternizadas ao patriarcalismo e machismo. A falta de organização das mulheres da AMARQUALTA para propor iniciativas de desenvolvimento econômico é preocupante, apesar de estarem discutindo temas relevantes. Ainda não há um grupo feminino estruturado para a produção e comercialização de produtos do quilombo, como em outras comunidades.
¹AMORAS et. al Feminismo e a Emacipação da América Latina-Revista Paria Vermelha. v. 31 n2. p. 366-390 jul-dez/2021²ARRAES, Jarid – Heroínas Negras: em 15 Cordéis – 1ª ed. São Paulo; Seguinte, 2020³ LIMA, Ana Renata; UFPA. Revoltas Camponesas no Vale do Acará-Grão-Pará (1822-1840). Belém, 2002. 154 f.: Dissertação (Mestrado) - Núcleo de Altos Estudos Amazônicos. Curso Internacional de Mestrado em Planejamento do Desenvolvimento, 2002.4 MOURA, Clóvis. O Negro, de Bom Escravo a Mau Cidadão? 2. Ed. –São Paulo: Editora Dandara, 2021. 5RIBEIRO, Djamila - Quem tem medo do Feminismo Negro? – 1ª ed.