Diversidade, Diferença e Inclusão nas Organizações
Autores
Nome
1 - Mateus Barreto Flausino UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Lavras
2 - Fernanda Nunes Maciel UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Lavras
3 - Gisleine do Carmo UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamento de Administração e Economia
4 - Patrícia Aparecida Ferreira UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamento de Administração e Economia
Reumo
No campo de pesquisa em administração, a diversidade de gênero é um tema de interesse, por exemplo no mundo do trabalho. Quando comparada à realidade geral das pessoas cisgêneras, as transgêneras enfrentam dificuldades para conseguirem ingressar e permanecer no mercado de trabalho formal, em função do rompimento do binarismo e polarização de gênero que as pessoas transexuais proporcionam, confrontando, assim, a normatividade social. Pesquisas brasileiras e internacionais apontam essa realidade, evidenciando, dentre outros, a discriminação existente.
Considerando as condições de acesso das pessoas transgêneras no mercado de trabalho e a produção científica sobre pessoas transgêneras no campo da administração, tem-se como problema de pesquisa: quais são os principais representantes (temáticas, autores, trabalhos e países) dos trabalhos sobre a experiência de pessoas transgêneras no mercado de trabalho?
Assim, o objetivo a ser alcançado por meio desta pesquisa é realizar uma análise bibliométrica do estado da arte sobre as experiências de pessoas transgênero no mercado de trabalho e identificar os seus representantes mais relevantes.
Na sociedade, há um binarismo de gênero “homem x mulher”. Entretanto, à luz da Teoria Queer, esse binarismo é incoerente, já que o sexo e o gênero são construídos por processos sociais, o que oferece um espectro inesgotável de possibilidades.
As pessoas transgêneras são integrantes de um grupo minoritários que, em função do não seguimento à normatividade social, é submetido a processos de marginalização social, como no mercado de trabalho. Dessa forma, as oportunidades de inserção, permanência e crescimento nesse âmbito, tornam-se mais escassas.
Quantitativamente, as publicações se tornaram mais expressivas entre 2019 e 2022. Os termos “discriminação” e “LGBT” aparecem com destaque nos títulos, enquanto “gay”, “discriminação”, “gênero” e “orientação sexual” são frequentes nos resumos.
O hemisfério norte global detém a maior parte da origem das publicações e universidades relevantes, com destaque aos EUA. MCFadden é o principal autor, o Journal of Homosexuality é o principal periódico e a pesquisa realizada por Connell (2010) é a mais citada no período de estudo.
Conclui-se que, mesmo nas pesquisas focadas em discutir a experiência de pessoas transgêneras no mercado de trabalho a pauta da discriminação ainda é amplamente abordada e que o hemisfério norte global, principalmente os EUA, são os maiores representantes da produção científica na área.
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Editora José Olympio, 2018.
CANCELA, D.; STUTTERHEIM, S. E.; UITDEWILLIGEN, S. The Workplace Experiences of Transgender and Gender Diverse Employees: A Systematic Literature Review Using the Minority Stress Model. Journal of Homosexuality, p. 1-29, 2024.
FRAGA, A. M.; COLOMBY, R. K.; GEMELLI, C. E.; PRESTES, V. A. As diversidades da diversidade: revisão sistemática da produção científica brasileira sobre diversidade na administração (2001-2019). Cadernos EBAPE.BR, v. 20, n. 1, p. 1-19, 2022.