Sistema de Rastreabilidade Informatizado
Centro de Material e Esterilização Hospitalar
Gestão hospitalar
Área
Administração Pública
Tema
Gestão em Saúde
Autores
Nome
1 - Thais Maria Teixeira Costa Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais - João XXIII
2 - Adriane Vieira UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Escola de Enfermagem
Reumo
O Centro de Material e Esterilização (CME) é responsável pela recepção, limpeza, preparo, esterilização, guarda e distribuição de todos o Produtos para a Saúde (PPS). Por se tratar de um setor complexo, muitas organizações hospitalares têm feito uso de sistemas de rastreabilidade informatizados. A rastreabilidade é a capacidade de traçar o histórico do processamento do PPS e da sua utilização por meio de informações previamente registradas. Os benefícios são velocidade na informação, diminuição da perda de instrumentais e controle do inventário (Rodrigues, 2019).
Por atuar indiretamente na assistência ao paciente, o CME necessita encontrar formas de reafirmar a sua importância nas instituições de saúde e de valorização da sua equipe, e uma das formas pode ser através da melhoria dos resultados. Nesse contexto, a pergunta de pesquisa é: quais os benefícios e dificuldade trazidos pela implementação de um sistema de rastreabilidade informatizado nos processos do CME? O objetivo geral desta pesquisa foi analisar os benefícios e dificuldade encontrados durante a implementação de um sistema de rastreabilidade informatizado no CME do Hospital João XXIII em Be
Os benefícios de um sistema de rastreabilidade informatizado segundo Rodrigues (2019), Vasconcelos (2021), e Bento, Daflon e Silva (2022) são: organização; padronização e qualidade dos processos; redução de falhas; registro das etapas; rastreio das informações; gestão e planejamento mais eficiente, econômico e seguro; garantia da segurança e assistência adequada ao paciente.
Dentre as dificuldades, de acordo com os mesmos autores estão: alto custo de investimento, interação e compatibilidade do software e do hardware disponíveis.
O método escolhido foi o estudo de caso do CME de um hospital João XXII, estadual de urgência, localizado em Belo Horizonte, Minas Gerais. O processo de implementação do sistema de rastreabilidade AGEIS iniciou em 15 de novembro de 2019, durou cerca de um ano, com a codificação média de 1200 itens por mês. A coleta dos dados se deu por meio de entrevistas semiestruturadas com 12 servidores e 10 clientes internos. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo do tipo categorial temática.
A implantação do sistema foi benéfica para a melhoria dos processos e da segurança do paciente. Um benefício citado e que não está na literatura é o empoderamento da equipe, que conseguem conferir as possíveis falhas com mais agilidade.
Dentre as dificuldades estão a automatização das atividades que os leva a esquecer o nome dos instrumentais e kits, a lentidão no sistema, a fidedignidade do sistema de leitura, a necessidade de integração do sistema de rastreabilidade com o prontuário hospitalar, e a quantidade de peças do rótulo da caixa que não condiz com a que está dentro dela.
O sistema implementado atende aos objetivos propostos e seu funcionamento é visto como fácil, claro e objetivo, apresentando poucas dificuldades de utilização.
Apesar de todos os benefícios do sistema a automatização não substitui por inteiro o trabalho humano. É necessário que o trabalhador entenda seu funcionamento e identifique os erros que podem ocorrer. Devem ocorrer treinamentos frequentes capacitando os usuários para melhor utilização do sistema.
BENTO, L. C. S.; DAFLON, Y. C.; SILVA, C. R. L. Desenvolvimento de sistema de rastreabilidade automatizada de baixo custo para centro de material e esterilização. Revista SOBECC, São Paulo, v. 27, p. 1-7, jul. 2022.
RODRIGUES, A. F. V. et al. Estrutura informatizada para processos no Centro de Material e Esterilização. Revista SOBECC, São Paulo, v. 24, n. 2, p. 107-114, abr./jun. 2019.
VASCONCELOS, G. l. H. et al. Fatores que influenciam o processo de rastreabilidade no centro de materiais e esterilização. Enfermagem em Foco, Brasília, DF, v. 12, n. 5, p. 929-33, dez. 2021.