Resumo

Na atualidade, importantes focos de discussão têm sido direcionados para a rotina exaustiva do trabalhador universitário, principalmente, devido à crescente demanda por produtividade nas diferentes áreas da vida, seja no trabalho, nos estudos ou no bem-estar pessoal. As transformações demográficas e sociais das últimas décadas trouxeram grandes desafios para este tipo de público, que tenta conciliar suas atividades laborais, vida pessoal e estudos, além da necessidade de se organizar para destinar parte desse tempo ao lazer.

O artigo traz como problema de pesquisa: como os trabalhadores universitários percepcionam as variáveis tempo, bem-estar e produtividade? Para responder a este questionamento, o trabalho tem como objetivo geral analisar a percepção de trabalhadores universitários das variáveis tempo, bem-estar e produtividade.

Desde o início da vida, as pessoas utilizam o tempo como uma forma de organizar as atividades sociais e construir suas histórias. Além disso, os indivíduos se orientam em relação às mudanças no mundo ao seu redor, aprendendo a antecipar eventos regulares, realizar suas intenções e desejos por meio de ações. Nesse ínterim, observa-se um crescente interesse relativamente à saúde, bem-estar e felicidade, fato que tem repercussões também no âmbito empresarial. Tal cenário resulta no desafio em entregar resultados mais satisfatórios e um desempenho superior por parte dos colaboradores.

Foi adotada uma pesquisa com abordagem qualitativa, utilizando o método de múltiplos casos e coleta de dados por meio de entrevistas estruturadas com 17 respondentes. Para a escolha dos sujeitos, foi feita uma seleção por conveniência. Porém, outros selecionados foram determinados, a posteriori, a partir da técnica do snowball sampling, também conhecida como 'bola de neve'. Além disso, foi empregado o método da análise de conteúdo, cujas categorias criadas, a priori, foram: a gestão do tempo; a procura pelo bem-estar; e a busca da produtividade.

Por meio dos relatos coletados, os resultados destacaram a importância da gestão do tempo, bem-estar e produtividade no âmbito acadêmico e profissional, ressaltando a necessidade de estratégias como planejamento e flexibilidade, não apenas individual, mas também por parte das organizações, para equilibrar as demandas do cotidiano de modo a não afetar, severamente, a disposição, qualidade de vida e, sobretudo, a saúde mental do público estudado, ou seja, os trabalhadores universitários.

Verifica-se que o tempo se revelou como um dos principais obstáculos para a eficiência nas atividades acadêmicas e profissionais, resultando também em sintomas de estresse e ansiedade. Por outro lado, a busca incessante por produtividade muitas vezes levou à priorização do trabalho em detrimento da saúde e do bem-estar pessoal. É fundamental reconhecer que essa busca incessante nem sempre resulta nos melhores resultados, pois a exaustão e o esgotamento podem prejudicar a qualidade do trabalho e o desempenho acadêmico.

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