MULHERES NEGRAS NA LUTA: uma análise interseccional dos desafios de mulheres negras brasileiras para romper os regimes de desigualdades nas organizações
Mulheres Negras
Regimes de desigualdades
Organizações
Área
Estudos Organizacionais
Tema
Diversidade, Diferença e Inclusão nas Organizações
Autores
Nome
1 - Silvana de Oliveira Ramos UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Santa Mônica
2 - CINTIA RODRIGUES DE OLIVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FAGEN
Reumo
Estudos apontam preconceitos e desigualdades enfrentados pelas mulheres negras nas organizações (Lélia Gonzalez, 2020). Nesse contexto, o estudo tem como objetivo compreender os desafios de mulheres negras brasileiras para romper os regimes de desigualdades nas organizações. A análise parte do terceiro episódio do documentário "Como Ela Faz?”, intitulado “Racismo perverso: desigualdade racial moldou vidas de mulheres negras”, por meio de uma aborgem qualitativa, pesquisa documental e as análises temática e análise interseccional.
Problema de Pesquisa: Como se dão os desafios das mulheres negras brasileiras para romper os regimes de desigualdades nas organizações?
Objetivo geral: Compreender os desafios das mulheres negras brasileiras para romper os regimes de desigualdades nas organizações
Objetivos Específicos:
- Identificar os desafios das mulheres negras brasileiras para romper os regimes de desigualdades nas organizações;
- Analisar interseccionalmente os desafios das mulheres para romper os regimes de desigualdades nas organizações
Identidade de gênero - atribuído a um lugar que se assume dentro de um contexto sociocultural não atribuída a essência do indivíduo (Hall & Liv Sovik, 2003); Raça - uma ideologia essencialista, relacionada a aspetos de poder e dominação (Munanga, 2004); interseccionalidade, uma ferramenta analítica que investiga as relações dos principais eixos de poder e opressão que influenciam as relações sociais (Patrícia Collins & Sirma Bilge, 2021), Regimes de desigualdades - que são práticas inter-relacionados que resultam e mantém desigualdades (Joan Acker, 2006)
Abordagem qualitativa, pesquisa do tipo documental, Análise Temática reflexiva (Virginia Braun & Victoria Clarke, 2006) e análise interseccional (Patrícia Collins & Sirma Bilge, 2021).
Com a análise temática, foram identificados os seguintes desafios de mulheres negras brasileiras para romper os regimes de desigualdades nas organizações: a objetificação e a sexualização do corpo das mulheres negras; o pacto narcísico da branquitude, as ausências negras nos espaços de poder, a discriminação estética, o mito da democracia racial, os limites da representatividade e os crimes contra a vida de mulheres negras. Ao analisarmos interseccionalmente identificamos a divisão sexual e racial do trabalho, machismo, classismo, racismo entre outros aspectos.
Embora a sociedade tenha realizado avanços, considerando os regimes de desigualdade, o racismo estrutural ainda é um problema social que merece atenção do Estado e da sociedade como um todo. As mulheres negras são as mais afetadas por tais regimes e constantemente lutam contra essa grande estrutura que insiste em marginalizá-las. Ao adotarmos uma perspectiva interseccional, foi possível identificar relações de poder e opressão impostas às mulheres negras e o aprofundar essas violências.
Acker, Joan (2006). Inequality regimes: gender, class, and race in organizations. Gender Society, 20(4), 441-464.
Almeida, S. (2019). Racismo estrutural. Pólen Produção Editorial LTDA.
Collins, Patrícia. H., & Bilge, Sirma. (2021). Interseccionalidade. Boitempo Editorial.
Gonzalez, Lélia. (2020). Por um Feminismo Afro-Latino-Americano: Ensaios, Intervenções e Diálogos . Organização Rios, Flávia, Lima, Marcia. 1ª ed. Rio Janeiro: Zahar. 375 pp.
Hall, S., & Sovik, Liv. (2003). Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: UFMG. Humanitas