1 - PEDRO FORTI UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - FCA
2 - Lucas da Silva Nicoleti UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - FCA
Reumo
O etanol de cana-de-açúcar pode reduzir emissões de GEE, mas também traz impactos ambientais negativos como perda de biodiversidade. O financiamento de carbono surge como solução para mitigar esses efeitos, visando uma economia de baixo carbono na cadeia produtiva. Este relatório analisa práticas sustentáveis na produção de etanol, desafios e oportunidades do financiamento de carbono, e estuda casos de sucesso. Baseado em revisão extensiva e entrevistas, busca guiar decisores e pesquisadores na promoção de uma produção de etanol sustentável e na mitigação das mudanças climáticas.
O cultivo expansivo de cana-de-açúcar no Brasil, principalmente em áreas de pastagem convertidas, traz benefícios como bioenergia, mas enfrenta desafios como perda de carbono do solo e uso intensivo de fertilizantes. A adoção de práticas sustentáveis, como colheita sem queima e manejo eficaz da palha, visa mitigar esses impactos e aumentar o sequestro de carbono. Na mobilidade urbana, o etanol contribui para reduções significativas de gases de efeito estufa, apesar de desafios com emissões locais de poluentes.
O financiamento de carbono emerge como ferramenta essencial na cadeia de valor do etanol, visando reduzir emissões de GEE. No Brasil, iniciativas como o RenovaBio exemplificam sucesso ao estabelecer metas de descarbonização. Desafios incluem a complexidade regulatória e financeira, a necessidade de capacitação técnica e acesso ao capital. Oportunidades destacam-se na atração de investimentos para tecnologias limpas e desenvolvimento sustentável, apesar da volatilidade dos preços dos créditos de carbono.
A Stellantis busca integrar o etanol na matriz energética brasileira através de veículos flex e geração de CBio. Enquanto enfrenta desafios com biocombustíveis avançados devido à complexidade tecnológica e volatilidade dos preços de créditos de carbono, a empresa continua investindo no etanol por sua competitividade e eficiência em emissões. Já a Solinftec utiliza tecnologia para otimizar operações agrícolas, reduzindo emissões em 429 mil toneladas/ano. Capta recursos significativos através de CRA verdes, enfrentando desafios de padronização no mercado de títulos verdes.
Os estudos mostram que o RenovaBio é eficaz na redução das emissões de GEE na produção de etanol, especialmente com práticas sustentáveis como rotação de culturas. No entanto, a distribuição equitativa dos benefícios, como os CBio, enfrenta desafios entre produtores e usinas devido à falta de padronização. Investimentos em pesquisa para melhorar a eficiência energética agrícola são essenciais, junto com a adoção de tecnologias como as da Solinftec. Essas iniciativas não só reduzem emissões, mas também melhoram a competitividade do setor.
O ciclo do etanol, crucial na mobilidade urbana e mercado de carbono, oferece uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis, reduzindo emissões de GEE. O RenovaBio destaca-se ao expandir biocombustíveis no Brasil, gerando CBio e promovendo práticas agrícolas sustentáveis. Desafios incluem distribuição equitativa dos benefícios e falta de padronização. Lições do programa podem beneficiar globalmente, incentivando políticas públicas sustentáveis e tecnologias inovadoras para uma economia de baixo carbono.