Gestão do Conhecimento
Visão baseada em Recursos
Visão baseada em Conhecimento
Área
Administração Pública
Tema
Gestão Organizacional: Planejamento, Recursos Humanos e Capacidades
Autores
Nome
1 - Vanessa Maria Xavier de Oliveira UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROFESSOR JOSÉ DE SOUZA HERDY (UNIGRANRIO) - Barra da Tijuca
2 - Bernardo Silva-Rêgo UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROFESSOR JOSÉ DE SOUZA HERDY (UNIGRANRIO) - Programa de Pós-Graduação em Administração
Reumo
O presente estudo propõe entender como a GC, sob a Visão Baseada em Recursos (RBV) e em Conhecimento (KBV), se relaciona com os recursos na administração pública. Realizou-se um estudo de caso único na Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), o único órgão encarregado da regulação da atividade nuclear no país. Dada a natureza estratégica do setor e a importância da gestão do conhecimento para aprimorar os serviços à sociedade, esse caso oferece uma perspectiva singular para a pesquisa.
Busca-se no presente trabalho entender como a Gestão do Conhecimento, enquanto estratégia sustentável, é relacionada com os recursos existentes na administração pública. Esta questão será abordada através das lentes da Visão Baseada em Recursos (RBV) e da Visão Baseada em Conhecimento (KBV).
Os fundamentos da RBV possuem embasamento na ideia de que a empresa é uma organização administrativa e um conjunto de recursos produtivos, tanto físicos quanto humanos e a KBV é tida como uma complementação, onde o conhecimento é percebido como um recurso estratégico singular. Os recursos e capacidades das empresas influenciam a sua orientação estratégica e, nesse contexto, é importante salientar a importância do constante desenvolvimento de novas competências, visando assegurar condições ideais para atender ao mercado de forma mais eficaz e gerar uma vantagem competitiva.
Usou-se o desenho de caso único. Essa escolha se justifica em virtude da profundidade com a qual o fenômeno será analisado, bem como o contexto em que o caso está inserido. Além disso, o caráter singular da instituição estudada contribui para a escolha. A coleta de dados para a realização deste estudo de caso se deu através de entrevistas semiestruturadas. Foram realizadas 13 entrevistas. Além das entrevistas, foi utilizado o método de observação participante.
O artigo aponta para uma GC com iniciativas individualizadas e sem uniformização. A escassez de mão de obra impacta a transmissão de conhecimento que circula frequentemente, mas sem sistematização ou políticas claras. Não há estratégias para gerenciar o conhecimento visando inovação, e problemas incluem falta de pessoal, tempo e cultura institucional. Ferramentas tecnológicas são bem avaliadas, mas pouco integradas. A cultura apoia soluções inovadoras, mas carece de ferramentas, pessoal dedicado e tempo. A GC é pouco conhecida ou desconhecida pelos entrevistados.
Os resultados indicam que não há estratégias claras para a gestão do conhecimento voltadas para a inovação. O incentivo à inovação é tímido e não institucionalizado, manifestando-se principalmente através de iniciativas isoladas. Além disso, os processos estabelecidos para melhores práticas não são integrados à realidade institucional, embora haja consciência sobre a necessidade de mapeamento de processos e troca de informações para atuar de forma inovadora. Entretanto, a existência de características informais mitiga esses problemas e permite às empresas promoverem inovações.
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