Estética Organizacional
Corpo do Pesquisador
Formação do Pesquisador
Área
Ensino e Pesquisa em Administração
Tema
Formação do Professor e Pesquisador
Autores
Nome
1 - José Edemir da Silva Anjo UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (UFES) - Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Espírito Santo (PPGAdm/UFES)
Reumo
Na área de Estudos Organizacionais (EOR), entre as diversas abordagens, temos a filosofia da estética organizacional como um caminho possível para a compreensão de fenômenos organizacionais. As pesquisas, à luz da estética organizacional, vislumbram pela compreensão da sua dimensão performativa e reflexiva dos sentidos, no contexto social das organizações, o que recai na percepção e implicações das ações individuais e coletivas dos sujeitos envolvidos na vida organizacional.
Como como têm sido conduzidas as pesquisas que seguem a abordagem teórica da estética organizacional nos EOR? Para responder a questão-problema desta pesquisa, o seu objetivo é de compreender, a partir das narrativas de pesquisadores, a experiência no fazer pesquisa estética e discutir as potencialidades e desafios do fazer pesquisa estética nos EOR.
Não há uma filosofia única por trás da pesquisa em estética organizacional, pelo contrário, são diversas as filosofias que constituem a base teórica para pesquisar a dimensão estética da vida organizacional (STRATI, 2007). Strati (2007), ao considerar o juízo estético como um “sexto sentido”, reitera que esse é expresso por meio das ações percebidas pelos corpos dos indivíduos com o mundo social. Para Bispo e Gherardi (2019), os corpos dos pesquisadores podem não somente serem usados e/ou observados, mas também interpretados na pesquisa qualitativa nos EOR.
Este estudo está direcionado a uma perspectiva qualitativa, pois essa abordagem demanda uma maior participação dos pesquisadores envolvidos no fenômeno social, que está imbrincado nas relações cotidianas da vida organizacional (STRATI, 2014c). Foram realizadas entrevistas narrativas com pesquisadores sobre do campo da estética organizacional e analisadas a partir da análise de narrativa do tipo temática.
A partir da análise de narrativa, foi possível compreender as narrativas de pesquisadores e suas experiências no fazer Pesquisa Estética, ao promover uma reflexão dos profissionais sobre seu campo teórico, os dilemas de suas escolhas metodológicas, as potencialidades, os desafios e as barreiras na condução de suas respectivas pesquisas. Por meio das entrevistas narrativas realizadas, foi possível resgatar a memória de suas experiências estéticas no cotidiano da vida organizacional investigada.
É preciso colocar em evidência na investigação científica, a experiência estética do pesquisador, como elemento essencial para fins de análise da dimensão Estética Organizacional. Ao trazer o pesquisador para a analítica da dimensão estética, demonstro como a pesquisa estética coloca em evidência, e não à margem, ou muito menos negar a sua subjetividade frente à racionalidade no fenômeno investigado.
BISPO, M. S.; GHERARDI, S. Flesh-And-Blood Knowing: Interpreting Qualitative Data through Embodied Practice-Based Research. RAUSP Management Journal, v. 54, n. 4, p. 371-383, 2019. DOI: https://doi.org/10.1108/RAUSP-04-2019-0066
STRATI, A. Organização e Estética. Tradução de Pedro Maia Soares. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007. 320 p.
STRATI; A. “Você faz coisas belas? ”: estética e arte em métodos qualitativos de estudos organizacionais. In: GHERARDI, S.; STRATI, A. Administração e aprendizagem na prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014c, p. 171-196.