Resumo

Título do Artigo

CONTRIBUIÇÃO DO LANÇAMENTO DO ODS2 PARA A SUPERAÇÃO DA FOME E A SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL.
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Palavras Chave

FOME
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
ODS2

Área

Administração Pública

Tema

Governança, Ação Pública e Políticas Públicas

Autores

Nome
1 - Alexandre Aires de Freitas
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto - FEARP/USP - Doutorado em Administração de Organizações
2 - Marlon Fernandes Rodrigues Alves
SKEMA Business School (Brazil, Canada, China, France, South Africa, USA) - Campus Grand Paris
3 - João Luiz Passador
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Departamento de Administração

Reumo

A pergunta, “você tem fome de quê?”, eternizada na música “comida” do grupo brasileiro Titãs, seria respondida com um sofrido “de tudo”, por cerca de 258 milhões de pessoas em 58 países/territórios, somando-se a 500 milhões que sofrem em alguma dimensão com a terrível mazela de não saber quando, o que e de quanto se alimentará. A fome, em suas diversas formas, ainda é uma marca de nossa (des)humanidade. Diante dessa e de outras complexas e profundas contradições do mundo civilizado, 192 países assumiram em 2015 a Agenda 2030, estabelecendo 17 ODS e 169 metas associadas a serem a atingidas.
O presente artigo objetiva avaliar como o lançamento do ODS2 tem contribuído para a superação da fome e a segurança alimentar e nutricional, abordando as estratégias de ação focadas em políticas e programas governamentais de combate à fome e os indicadores de resultados que possibilitam identificar o sucesso ou falha no atingimento da meta específica “2.1 até 2030, acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, em especial os pobres e as pessoas em situações vulneráveis, incluindo as crianças, a alimentos seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano”.
A segurança alimentar existe quando todas as pessoas, em todos os momentos, têm acesso físico e econômico a alimentos suficientes, seguros e nutritivos que satisfaçam as suas necessidades e preferências alimentares. para uma vida ativa e saudável (FAO, 1996). Ou seja, está relacionada à disponibilidade de alimentos (produção e abastecimento), acesso (capacidade de aquisição), utilização (preparo e ingestão), estabilidade (tempo) e sustentabilidade (produção e meio ambiente) (FAO, 2023b; Pérez-Escamilla, 2017; Upton; Cissé; Barrett, 2016).
Os números da fome global mostram que entre os anos 2000 e 2016 (início do ODS2) há uma queda na prevalência da subnutrição. Entre 2016 e 2020 há uma tendência de estabilidade e em seguida um crescimento acentuado até 2022. Há de se considerar que entre 2020 e 2021 tivemos o auge da pandemia de Covid-19 e os seus efeitos são perceptíveis nos números. A FAO (2023) estima que a proporção da população mundial que enfrentou fome crônica em 2022 foi de cerca de 9,2%, o que representa entre 691 e 783 milhões de pessoas no mundo, valor superior ao registrado em 2019 (7,9%), antes da pandemia.
A adoção de políticas públicas tem sido fundamental para mitigar a fome em muitos países, no entanto os resultados recentes indicam um retrocesso preocupante nos avanços alcançados anteriormente, especialmente em países e regiões mais pobres como a África, América do Sul, Caribe, Ásia Central e no Sul da Ásia. Eventos extremos exacerbaram ainda mais essa situação. A abordagem holística e integrada e ações permanentes ou de longo prazo são essenciais para enfrentar os desafios complexos relacionados à fome e à insegurança alimentar.
FAO, I., UNICEF, WFP and WHO. In Brief to The State of Food Security and Nutrition in the World 2023. [s.l: s.n.]. PÉREZ-ESCAMILLA, R. Food Security and the 2015–2030 Sustainable Development Goals: From Human to Planetary Health. Current Developments in Nutrition, v. 1, n. 7, p. e000513–e000513, jul. 2017. UPTON, J. B.; CISSÉ, J. D.; BARRETT, C. B. Food security as resilience: reconciling definition and measurement. Agricultural Economics, v. 47, n. S1, p. 135–147, nov. 2016.