DESENVOLVIMENTO DA LIDERANÇA FEMININA E A ARENA POLÍTICA –COMPORTAMENTOS TRANSFORMACIONAIS DE GESTORAS NOS ESPAÇOS DE PODER NA ÁREA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
liderança feminina
arena política
liderança transformadora
Área
Gestão de Pessoas
Tema
Liderança e suas Dimensões
Autores
Nome
1 - Daniel Maganha Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - PPGA
2 - Fabio Santana Reis FACULDADE FIA DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS (FFIA) - Pinheiros
3 - Fernanda Farias de Lima Sgarbi Fundação Instituto de Administração - FIA - Pinheiros
4 - Nathalia Maria Lopes Tambasco Fundação Instituto de Administração - FIA - Nações Unidas
5 - Joel Souza Dutra Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Butanta
Reumo
A ascensão das mulheres em posições estratégicas nas empresas e sua atuação na arena política organizacional requerem compreensão de comportamentos da liderança feminina e de como enfrentam desafios políticos. A entrada das mulheres nesses espaços é acompanhada por maior complexidade e a necessidade de demonstrar comportamentos relacionais. Da mesma forma, estudos associam mulheres líderes a comportamentos alinhados à liderança transformacional. Entretanto, mulheres líderes enfrentam desafios específicos ao ampliar seu espaço organizacional em níveis estratégicos na organização.
Habilidades políticas exigidas no nível estratégico demandam maior exposição social, construção de parcerias e influência. Para mulheres líderes, esse contexto é ainda mais desafiador em áreas organizacionais majoritariamente masculinas como a de Tecnologia da Informação, mas podem se beneficiar de habilidades da liderança transformacional para o seu desenvolvimento como líderes estratégicas. O presente identificou e descreveu comportamentos de liderança transformacional utilizados por mulheres gestoras durante momentos de transição de carreira e ampliação do espaço político na área de TI.
A ampliação do espaço político (Dutra et al., 2017) implica no desenvolvimento de interfaces com pares e superiores em que são exigidas competências como visão sistêmica e abertura e sustentação de parcerias. Mulheres líderes que ascendem a níveis organizacionais estratégicos podem se utilizar de comportamentos relacionados à liderança transformacional (Burns, 1978; Eagly et al., 2003) para ampliar seu espaço político. Tomando como base as 6 categorias propostas por Stock et al. (2022), é possível identificar comportamentos usados por essas mulheres nesse momento de carreira.
Optou-se por uma metodologia qualitativa com abordagem de estudos de casos com análise indutiva e dedutiva a fim de descrever comportamentos de liderança transformacional utilizados por mulheres na ampliação do espaço político na área de TI. As líderes entrevistadas foram selecionadas com base em suas experiências no nível estratégico das organizações em que atuam. Foram conduzidas 10 entrevistas semiestruturadas, com perguntas direcionadas e abertas, focando na carreira das líderes e na identificação e descrição dos momentos de ampliação do espaço político.
As líderes, ao enfrentarem a transição a arena política, adotaram comportamentos adaptativos e estratégicos relacionados à liderança transformacional. Suas habilidades de adaptação, construção coletiva, valorização da interação, autopreservação, aproveitamento da bagagem e ampliação do olhar estratégico ilustram a complexidade e a abordagem adotada por essas líderes para prosperar no processo de desenvolvimento de liderança. Essas habilidades se mostraram valiosas para a compreensão da liderança feminina no nível estratégico em uma área tipicamente masculina.
As líderes adotam comportamentos adaptativos e estratégicos na ampliação da arena política, demonstrando flexibilidade, escuta ativa, cuidado nas relações interpessoais, valorização da construção coletiva, busca de soluções em conjunto e promoção do comprometimento. Além disso, influenciam pares e gestores com habilidades de comunicação, empatia e paciência, aproveitam suas competências técnicas para enfrentar desafios estratégicos, ganhando autoconfiança e legitimidade. A autopreservação emergiu como aspecto crucial, com foco em autocontrole, reputação e validação externa.
Burns, J.M. (1978). Leadership. New York, NY: Harper and Row.
Dutra, J. S., Dutra, T. A., & Dutra, G. A. (2017). Gestão de Pessoas: realidade atual e desafios futuros.
Eagly, A. H., Johannesen-Schmidt, M. C., & Van Engen, M. L. (2003). Transformational, transactional, and laissez-faire leadership styles. Psychological Bulletin, 129(4), 569-591.
Stock, G., Banks, G. C., Voss, E. N., Tonidandel, S., & Woznyj, H. (2022). Putting leader (follower) behavior back into transformational leadership. The Leadership Quarterly, 101632.