Empreendedorismo Circular
Negócios Sustentáveis
Modelos de Negócio Circular
Área
Operações
Tema
Economia Circular
Autores
Nome
1 - Tais Provensi UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA (UNOESC) - Chapecó
2 - Graciele Tonial UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA (UNOESC) - Joaçaba
3 - Carlos Eduardo Carvalho UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA (UNOESC) - Chapecó
4 - Simone Sehnem UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA (UNOESC) - Chapecó
Reumo
O empreendedorismo circular é uma abordagem no campo do empreendedorismo que se alinha com os princípios da economia circular (EC) (Re & Magnani, 2022). Pressupõem-se que a adoção de princípios circulares requer um espírito inovador e empreendedor (Zucchella & Urban, 2019), bem como o desenvolvimento de novas capacidades organizacionais (de Angelis et al., 2023).
O empreendedorismo é, portanto, um fator chave para o início de negócios circulares (Suchek et al., 2022), que alinhado as capacidades dinâmicas, pode facilitar o surgimento e implementação de modelos de negócios circulares (de Angel
As mudanças climáticas e as projeções de esgotamento dos recursos naturais evidenciam a urgência de se repensar o sistema de produção linear predominante. A EC é visualizada como uma possibilidade viável de substituição da linearidade, porém, ainda é necessário ampliar o conhecimento sobre aspectos que impulsionem a sua adoção. Nesse sentido, este estudo tem como objetivo explorar como as capacidades dinâmicas contribuem para o empreendedorismo circular na indústria de produtos ecológicos, analisando motivações e aspectos da identidade empreendedora entre empreendedores circulares brasileiros.
O empreendedorismo circular é uma corrente teórica originária do empreendedorismo sustentável (Crecente et al., 2021). Empreendedores circulares apresentam motivações e identidades empreendedoras particulares (Cesinger et al.; 2021; Henry et al., 2023).
A adoção de negócios circulares exige o desenvolvimento de novas capacidades organizacionais (de Angelis et al., 2023), que neste estudo são analisadas sob a perspectiva da teoria das capacidades dinâmicas (Teece et al, 1997) e de seus microfundamentos – detecção, apreensão e reconfiguração (Teece, 2007).
A pesquisa baseia-se em um estudo de caso múltiplo realizado com empresas circulares brasileiras da indústria de produtos ecológicos. Dados de 15 empresas foram coletados por meio de entrevistas com fundadores e/ou gestores, que foram gravadas, transcritas e analisadas a partir do método de análise de conteúdo. Dados adicionais sobre a descrição do negócio, missão, visão, valores e posicionamento de mercado foram coletados nas redes sociais das empresas. O software Atlas.ti 23 foi utilizado para aplicação das categorias de análise definidas a priori, com base na literatura.
Os resultados revelam que as capacidades de detecção, apreensão e reconfiguração contribuem para o desenvolvimento de negócios circulares. A reconfiguração é a capacidade menos frequente, possivelmente associada a restrições financeiras evidenciadas. As motivações empreendedoras estão centradas na educação ambiental, no desejo de impactar a sociedade, em tornar-se um agente de mudança, de trabalhar com o que acredita, e na obtenção de lucro. Não há um perfil único para a identidade empreendedora, que se mostra híbrida e dinâmica.
Os achados apoiam que as capacidades dinâmicas contribuem para o desenvolvimento de negócios circulares, impulsionando os empreendedores a alcançarem suas aspirações pessoais. Demonstramos que economia circular, empreendedorismo e capacidades dinâmicas são conceitos interligados na prática. Observamos ainda que a motivação e a identidade empreendedora parecem influenciar as tomadas de decisão e, consequentemente, as capacidades dinâmicas observadas.
Cesinger, B., Vallaster, C., & Müller, J. M. (2022). https://10.1016/j.emj.2021.04.003
Crecente, F., Sarabia, M., & del Val, M. T. (2021). https://10.1016/j.techfore.2020.120446
De Angelis, R., Morgan, R., & De Luca, L. M. (2023). https://10.1002/bse.3397
Henry, M., Hoogenstrijd, T., & Kirchherr, J. (2023). https://10.1002/bse.3097
Re, B., & Magnani, G. (2022). https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2022.03.090
Teece, D. J. (2007). https://doi.org/10.1002/smj.640
Zucchella, A., & Urban, S. (2019). https://10.1007/978-3-030-18999-0