Resumo

Título do Artigo

Fabricando Identidades: Co-construção de Gênero nas Organizações
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Palavras Chave

Identidade de Gênero
Organizações
Co-construção

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Diversidade, Diferença e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - Akira Aikyo Galvão
USP - Universidade de São Paulo - Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP)
2 - Juh Círico
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Santa Mônica

Reumo

Neste ensaio objetivamos compreender como as organizações co-fabricam identidades de gênero cisnormativas e binárias. Para isso, analisamos pesquisas que discutem os modos pelos quais práticas e políticas organizacionais sustentam e mantêm normas de gênero tradicionais e conservadoras, perpetuando a cisnormatividade e a binaridade hegemônica.
Este artigo busca responder à seguinte questão norteadora: De que forma as organizações co-fabricam identidades cisnormativas e binárias de gênero? O objetivo consiste, portanto, em compreender o processo de co-fabricação de gênero nas organizações.
A lente teórica utilizada é a perspectiva de Foucault, que possibilita compreender a distribuição do poder que permeia as relações nas organizações e, com o auxílio de Preciado, investigamos as tecnologias de gênero que operam sobre os corpos nas organizações e a influência do discurso farmacopornográfico nas práticas corporativas e na formação de subjetividades. Adicionalmente, utilizamos da abordagem de Butler, para problematizar a co-construção e a regulação performativa de gênero nos ambientes organizacionais.
O diálogo estabelecido entre Foucault, Butler, Preciado e outros pesquisadores sobre poder, gênero, organizações e relações laborais possibilitou o diagnóstico do Poder Biodiscursivo nas Organizações. Este poder é responsável pela inclusão (de colaboradores que atendem aos critérios normativos da cisbinariedade) e exclusão (de pessoas transgêneras, travestis, transmasculinas e não-binárias que não atendem a esses critérios).
O Poder Biodiscursivo nas organizações se alicerça em argumentos patologizantes de gênero por meio de: i) patologização; ii) silenciamento; iii) discriminação; e iv) desumanização. Qualquer manifestação de identidade de gênero que não corresponda ao padrão eurocêntrico-católico de homem cisgênero, branco, heterossexual, sem deficiência e de classe média/alta enfrenta obstáculos e tentativas de exclusão ao tentar ingressar no mercado de trabalho formal.
Butler, J. (2018). Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Editora José Olympio. Cavalcanti, C., Barbosa, R. B., & Bicalho, P. P. G. (2018). Os tentáculos da tarântula: Abjeção e necropolítica em operações policiais a travestis no Brasil pós-redemocratização. Foucault, M. (2011). Microfísica do poder. In Microfísica do poder. Preciado, P. B. (2023). Testo junkie: sexo, drogas e biopolítica na era farmacopornográfica. Editora Schwarcz-Companhia das Letras.