Excesso de confiança
Escala de mensuração
Conhecimentos financeiros
Área
Finanças
Tema
Finanças Comportamentais
Autores
Nome
1 - Nathállya Etyenne Figueira Silva UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO (UPE) - Faculdade de Administração e Direito
2 - Aldo Leonardo Cunha Callado UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Departamento de Finanças e Contabilidade
Reumo
O viés de excesso de confiança é percebido em indivíduos que confiam excessivamente em suas habilidades, conhecimentos e na probabilidade de sucesso de suas ações (Vörös, et al., 2021). Do ponto de vista de mensuração de tal viés, muitas pesquisas foram encontradas medindo o excesso de confiança por meio de um instrumento objetivo, no qual o indivíduo participante da pesquisa responde perguntas objetivas, que possuem apenas uma resposta correta. Nesse sentido, percebeu-se a necessidade de desenvolvimento de um instrumento de natureza subjetiva para medir o excesso de confiança.
O problema de pesquisa se pauta na questão problema: Como medir o excesso de confiança em conhecimentos financeiros de forma subjetiva? Para responder este questionamento, essa pesquisa teve como objetivo propor uma escala subjetiva de excesso de confiança em conhecimentos financeiros. A finalidade é contribuir com a aplicabilidade dessa temática, apresentando o desenvolvimento a validação de um instrumento para medir o excesso de confiança.
O viés de excesso de confiança diz respeito, em geral, a superestimação de habilidades, de modo que os indivíduos com esse viés acham que acertam, muito mais do que acertam de fato. Segundo Asbi et al. (2020), o excesso de confiança é um viés que, quando um indivíduo toma uma decisão, a confiança subjetiva é maior do que a confiança objetiva. Para os autores, a presença do viés em um contexto de tomada de decisão não necessariamente é algo ruim, pois tem resultados positivos e atributos negativos.
A metodologia para construção do instrumento seguiu as etapas descritas por Pasquali (2010), incluindo aspectos teóricos: definições constitutivas e operacionais, elaboração dos itens, e os aspectos experimentais e analíticos: avaliação de conteúdo por especialistas e pelo público alvo, análise fatorial exploratória- AFE, análise fatorial confirmatória- AFC, validade convergente e validade discriminante. Em relação as amostras utilizadas nas análises fatoriais, obteve-se uma amostra de 320 respostas no processo de AFE e uma amostra de 752 respostas no processo de AFC.
: Foram propostos inicialmente sete itens que passaram por ajustes e melhorias após as avaliações de conteúdos realizadas pelos especialistas e pelo público-alvo. Esses mesmos itens foram validades na AFE apresentando resultado psicométricos satisfatórios. No entanto, na AFC com a amostra de 752 participantes, alguns itens apresentaram problemas e foram excluídos com embasamento na literatura sobre construção de instrumentos. Ao final, a escala proposta contou com cinco itens, validados e com propriedades psicométricas adequadas e com escala de concordância para as respostas variando de 1 a 5.
Os resultados obtidos a partir dos procedimentos de construção de instrumentos adotados mostraram que a escala proposta apresentou propriedades psicométricas satisfatórias. Encoraja-se que outras pesquisas a utilizem para que a estrutura proposta para essa escala seja testada em outras amostras e outros contextos.
KAHNEMAN, D.; TVERSKY, A. Prospect theory: An analysis of decision under risk. 1979. In: Handbook of the fundamentals of financial decision making: Part I. 2013. p. 99-127.
PASQUALI, L. Instrumentação psicológica-fundamentos e práticas (Artmed). Porto Alegre, 2010.
MCCOY, M. A.; WHITE, K. J.; LOVE, K. Investigating the financial overconfidence of student-athletes. Sport, Business and Management: An International Journal, v. 9, n. 4, p. 381–398, 2019.