1 - Edilene Rocha Carmo UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA (UESB) - Vitória da conquista
2 - Fabio Vinicius de Macedo Bergamo UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA (UESB) - Departamento de Ciências Sociais Aplicadas
Reumo
Em meio ao cenário empresarial contemporâneo que se compara a uma montanha-russa de transformações constantes e intensa competitividade, é perceptível uma inclinação das organizações em direção aos profissionais da Geração Z. Esta geração, nascida entre 1990 e 2010, será aproximadamente 27% da força de trabalho global em 2025. No entanto, essas organizações devem estar atentas às necessidades e desejos específicos da Geração Z, como flexibilidade no trabalho, inclusão e diversidade, sendo a saúde mental uma questão crucial.
Este estudo objetiva analisar a influência do estresse, depressão e ansiedade na saúde mental de jovens profissionais da Geração Z. O Relatório do Bem-Estar (Betterfly, 2022) demonstrou que jovens profissionais relatam maior exaustão e sensação de burnout no trabalho. A Cigna (2022) apontou que 91% dos indivíduos da Geração Z vivenciam estresse no trabalho. Diante disso, a pesquisa busca verificar a relação entre esses fatores e a saúde mental no ambiente profissional dos indivíduos que pertencem a este grupo de trabalhadores que estão adentrando ao mundo do trabalho de forma mais intensa.
A saúde mental é um pilar indispensável da saúde ocupacional, influenciando fortemente o estado físico e emocional dos trabalhadores. Segundo Bernardo e Garbin (2011), a saúde mental e ocupacional apresentam um acentuado aspecto social. Estresse, depressão e ansiedade são variáveis cruciais neste contexto, e sua influência na saúde mental da Geração Z deve ser compreendida para desenvolver estratégias eficazes de gestão e apoio. Como framework de análise, utilizou-se o modelo de Adedeji et al (2023), que apresenta Estresse, Ansiedade e Depressão como preditoras da falta de saúde mental.
Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa de abordagem quantitativa, do tipo causal, a qual foi adotada a pesquisa de campo, utilizando-se da Análise de Regressão para visualizar a relação entre as variáveis estresse, depressão e ansiedade com a saúde mental dos trabalhadores da Geração Z. Quanto ao instrumento de coleta, utilizou-se um questionário composto pelas escalas SRQ-20 de Harding et al. (1980) e DASS-21 de Lovibond e Lovibond (1995) para obtenção dos dados, em suas versões atualizadas e validadas recentemente no contexto brasileiro.
Os dados coletados através do questionário revelaram que uma parte considerável dos jovens está enfrentando desafios em relação a sua saúde mental no contexto de trabalho, uma vez que 50,1% dos 401 participantes indicaram suspeitas de transtornos mentais. Além disso, a pesquisa demonstrou através do valor do R² (0,713) gerado na regressão, que 71,3% da falta de saúde mental pode ser atribuída pelas variáveis estresse, ansiedade e depressão, sendo este último a variável com maior influência na falta de saúde mental do trabalhador da Geração Z.
A pesquisa confirma que estresse, depressão e ansiedade têm uma influência significativa na saúde mental dos jovens profissionais da Geração Z. A incidência desses fatores no contexto de trabalho ressalta a necessidade de políticas organizacionais que promovam um ambiente saudável e equilibrado. Portanto, a promoção de boas experiências laborais para estes jovens é fundamental para o seu desenvolvimento e sobretudo sua saúde mental, uma vez que, o mercado de trabalho presente e futuro depende consideravelmente dessa geração.
Adedeji, A., Langel, C., Feick, A., Greibaum, M. S. B., Rahimi, M., & Hanft-Robert, S. (2023). Work-life balance and mental health outcomes for Generation Z in Germany. Journal of occupational and environmental medicine, 65(12), 987-991.
Araújo, E. T. T.; Anjo, J. E. S.; Cappelle, M. C. A. (2022). Ser cringe aos olhos da geração Z: as implicações das gerações no mundo do trabalho. In: EnANPAD-Encontro da Anpad, Rio de Janeiro, p. 1-16. Anais[...].
Oliveira, V. D. A. (2023). Estresse ocupacional, o mal invisível no ambiente corporativo. Revista Organização Sistêmica, v. 12, n. 21, p. 58-66.