Resumo

Esta pesquisa teve como objetivo compreender a gestão educacional em escolas públicas que compartilham espaços entre estado e município no Brasil, utilizando uma abordagem qualitativa. Foram entrevistadas 22 pessoas envolvidas nessas escolas, incluindo diretores, coordenadores, professores e funcionários. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas usando a análise de conteúdo de Bardin (2021). Os resultados destacaram desafios enfrentados pelos gestores e demais envolvidos, como disputas territoriais e conflitos interpessoais, além de revelar diferenças entre os estados.

O objetivo deste estudo foi compreender como ocorre a gestão educacional em escolas públicas brasileiras que compartilham espaços físicos entre estado e município. A pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa descritiva, incluindo entrevistas semiestruturadas com professores e funcionários de quatro escolas, duas no Espírito Santo e duas em Minas Gerais, analisadas por meio da técnica de análise de conteúdo de Bardin (2021).

Compartilhar um mesmo espaço não se resume apenas a concordar em dividir, mas também envolve o gerenciamento de conflitos interpessoais e manifestações de poder (Chan & Zhang, 2018). Isso permite que os indivíduos ali presentes gerenciem relacionamentos estáveis ou instáveis e plurais (Pierce, 2022). No contexto educacional, esse processo de convivência compartilhada nas escolas se desdobra em três níveis: social, organizacional e emocional. No nível social, ocorre interação entre alunos, professores, funcionários e gestores, colaborando em atividades conjuntas.

Esta pesquisa qualitativa visa compreender como ocorre a gestão educacional em escolas públicas brasileiras que compartilham espaços entre estado e município. Abordou duas dimensões principais: o compartilhamento de espaços físicos entre as redes municipal e estadual de educação, e a gestão desses espaços e dos conflitos resultantes desse compartilhamento. O método utilizado incluiu produção de dados primários e análise indutiva, permitindo uma investigação abrangente do compartilhamento físico e da gestão desses espaços escolares (Creswell & Creswell, 2021).

A partir das entrevistas, surgiram três dimensões discursivas sobre o compartilhamento de espaços escolares entre o estado e o município. A primeira enfoca a otimização de recursos e disputas territoriais. A segunda aborda as relações humanas, reconhecendo conflitos interpessoais. Por fim, a gestão desses espaços é discutida, destacando a importância das ações dos gestores. Cada dimensão se desdobrou em categorias específicas, como 'Políticas públicas' e 'Manifestação de poder' na primeira dimensão, 'Convivência' na segunda, e 'Estilos de gestão' e 'Desafios administrativos e pedagógicos'.

Este estudo, de natureza qualitativa, oferece uma perspectiva sobre o compartilhamento de espaços na região sudeste. Segundo o Censo Escolar de 2022, existem 8.242 escolas brasileiras que compartilham prédios escolares. Para avançar nesse campo, é relevante não apenas explorar outros contextos, mas também conduzir pesquisas quantitativas abrangendo todo o território nacional. Investigar essa abordagem em diferentes estados e municípios permite aprofundar a compreensão das características do compartilhamento de espaços entre estado e município, bem como seu impacto na gestão e nas relações.

Aftab, S., Khalid, K., Waheed, A., Aftab, A., & Adnan, A. (2022). Role of Agile Leadership in Managing Inter-Role Conflicts for a Satisfying Job and Life During COVID-19 in a VUCA World. Frontiers in Psychology, 13(1), 1-17. Agut, S., Hernandez Blasi, C., & Lozano Nomdedeu, F. A. (2019). Perception of Managers’ Influence Depending on Status, Power, and Company Performance. Scandinavian Journal of Psychology, 60(1), 484-491.