Disparidade de gênero
Gestão estratégica
Setor público
Área
Administração Pública
Tema
Gestão Organizacional: Planejamento, Recursos Humanos e Capacidades
Autores
Nome
1 - Alexandre Rampelotto UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Programa de Pós-Graduação em Administração
2 - Maria Beatriz Rodrigues UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Escola de Administração
Reumo
A pouca presença de mulheres em cargos de gestão estratégica do setor público é preocupante, sustentando a proposição de que essa condição pode ser uma manifestação normal nas relações interpessoais e na dinâmica das organizações desse setor. A participação feminina diminui nos níveis mais altos de gestão, sugerindo barreiras institucionais, socioculturais e estruturais. A persistência dessa situação paradoxal, de um setor com acesso igualitário, através de concurso público, continuar a reproduzir hierarquias restritivas, demanda reflexões, que foram aprofundadas na revisão da literatura.
Existe uma disparidade de gênero persistente na gestão estratégica do setor público. Dados estatísticos do Poder Executivo Federal Brasileiro retratam essa situação, e a literatura revela que, apesar de existir uma participação crescente de mulheres nesse setor, sua presença diminui conforme aumenta o nível do cargo. Frente a tal cenário, a pesquisa objetiva atualizar o estágio do conhecimento com uma revisão semissistemática da literatura, visando contribuir para a compreensão de como se processa a disparidade de gênero nos postos estratégicos do setor público
A disparidade de gênero nos postos estratégicos do setor público é sustentada por barreiras institucionais, socioculturais e estruturais. Estereótipos de gênero e modelos de gestão masculina são temas centrais para a desigualdade (Othman et al., 2023). Barreiras culturais e estruturais à igualdade de gênero também são encontradas em diversos estudos (Finkel; Grøn; Hughes, 2023). No Brasil, barreiras como “teto de vidro” e “labirintos de liderança” são mencionadas por Miltersteiner et al. (2020). A promoção igualdade de gênero requer políticas públicas eficazes e sustentáveis (Sarkar, 2022).
Barreiras enfrentadas pelas mulheres em postos estratégicos no setor público são destacadas na codificação, seguida de estereótipos. Outras categorias incluem poder, políticas públicas, teto de vidro, disparidade de gênero, sub-representação, fatores socioculturais e estruturais. A análise das interconexões ilustra a complexidade das dinâmicas que perpetuam a desigualdade de gênero no setor. Barreiras, estereótipos e fatores socioculturais são fortemente correlacionados. A sub-representação, ligada ao poder e ao processo estrutural, reflete barreiras institucionais e culturais enraizadas.
Os dados e a revisão semissistemática revelam que a disparidade de gênero nos postos estratégicos do setor público persiste. Barreiras institucionais, socioculturais e estruturais ainda impedem o pleno acesso das mulheres a cargos de gestão. Estereótipos de gênero e preconceitos inconscientes perpetuam tais barreiras. A promoção da igualdade de gênero requer uma abordagem integrada, combinando políticas públicas eficazes, liderança inclusiva e programas de capacitação. Um esforço contínuo e coordenado é necessário para aumentar a representatividade feminina em posições de liderança.
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