Resumo

Título do Artigo

RELAÇÃO ENTRE ENGAJAMENTO NO TRABALHO E POTÊNCIA DE EQUIPES: Um estudo em uma organização social brasileira
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Palavras Chave

Engajamento no Trabalho
Potência de Equipes
Organização Social

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Valores, Sentidos e Vínculos no/do Trabalho

Autores

Nome
1 - SABRINA MARIA PARENTE VERAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade - FEAAC
2 - Bruno Chaves Correia-Lima
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - PPAC-P
3 - Alessandra Carvalho de Vasconcelos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
4 - Josimar Souza Costa
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR) - Centro de Ciências da Gestão

Reumo

Investigar a relação entre construtos do comportamento organizacional é importante para o mapa estratégico organizacional (Maksimtsev et al., 2023) e permite uma maior sistematização de variáveis antecedentes que podem predizer resultados positivos nas organizações (Martins, 2024). Este estudo contempla dois desses níveis ao dar foco nas variáveis engajamento no trabalho e potência de equipes. Indivíduos engajados, expressivos e energizantes podem, por contágio emocional e comportamental, influenciar crenças e comportamentos da equipe como um todo em um efeito bottom-up (Bakker, 2022).
Visando gerar inferências que contribuam para suprir a carência de pesquisas que integrem múltiplos níveis no campo do comportamento organizacional (Kozlowski et al., 2013; Puente-Palácios; Martins; Palumbo, 2016), o presente artigo visa responder o seguinte problema de pesquisa: Qual a relação entre engajamento no trabalho e potência de equipes em uma organização social brasileira? Dessa forma, o estudo tem como objetivo geral investigar a relação entre engajamento no trabalho e potência de equipes em uma organização social brasileira.
O engajamento no trabalho é um estado afetivo e emocional resultante da conexão entre vigor, dedicação e absorção (Mezomo; Gonçalvez; Andric, 2023; Schaufeli et al., 2002). A potência é uma crença compartilhada, que emerge do nível individual e se constrói a partir das relações de interação mantidas durante a experiência do trabalho em equipe (Puente-Palácios; Silva; Borba, 2015). Engajamento favorece desempenho individual(Bakker, 2022), satisfação, comprometimento (Ogabuanya; Chukwuedo, 2017), saúde mental (Tisu et al., 2020) e potência de equipes (Costa; Passos; Bakker, 2014)
Trata-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva e inferencial que utilizou duas escalas validadas: a Utrech Work Engagement Scale (Vasquez et al., 2015), composta pelas dimensões vigor, dedicação e absorção, e a Escala de Potência de Equipe (Borba, 2007) formada pelos fatores desempenho produtivo e relacionamento social. A partir de uma amostra 381 empregados do Sesc Ceará foram realizadas análises descritivas, e regressões lineares simples e múltiplas. Para tratamento e análise dos dados, utilizou-se o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) (versão 26.0).
Os resultados encontrados indicam que o engajamento dos indivíduos no trabalho favorece a potência de equipes. Os testes de relações entre as dimensões de ambos os construtos relevaram que vigor tem relação forte a crença que existem bons relacionamentos sociais, e moderada com a crença de altos desempenhos produtivos nas equipes. A dimensão dedicação também se relaciona significativamente com as duas dimensões de potência de equipes, porém com menor intensidade que o fator vigor. A absorção foi a única dimensão de engajamento que não apresentou relação com potência de equipes.
Evidencia-se que ambientes organizacionais compostos por indivíduos com altos níveis de esforços físicos, cognitivos, emocionais e mentais para o trabalho e de envolvimento com suas tarefas são propícios a apresentarem também crenças compartilhadas dos membros de que a equipe é capaz de executar seus trabalhos com eficácia e eficiência. Especialmente, altos níveis de vigor para o trabalho nos indivíduos favorecem fortemente a crença que existem bons relacionamentos sociais, e moderadamente a crença de altos desempenhos produtivos nas equipes.
BAKKER, A. B. The social psychology of work engagement: state of the field. Career Development International, v. 27, n. 1, p. 36-53, 2022. MAKSIMTSEV, I. A. et al. Organizational behavior from the perspective of methodological isomorphism. Strategic Management, v. 28, n. 3, p. 61-70, 2023. SIQUEIRA, M. M. et al. Potência de equipes. In: SIQUIERA, M. M. Novas medidas do comportamento organizacional: ferramentas de diagnóstico e de gestão. p. 256-263, 2014 VAZQUEZ, A. C. et al. Adaptação e avaliação da versão brasileira da Utrecht Work Engagement Scale. Psico-UFC, v. 20, n. 2, p. 207-217, 2015.