Resumo

Título do Artigo

A CONSTRUÇÃO DO CAMPO DE PESQUISA E DO PESQUISADOR
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Palavras Chave

Campo de Pesquisa
Pesquisador
Pesquisa Acadêmica

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Formação do Professor e Pesquisador

Autores

Nome
1 - Vanessa Carla de Freitas
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (UFES) - Vitória

Reumo

A imparcialidade acadêmica, segundo Young (2012), é um julgamento desprovido de interesses pessoais. Mas, essa imparcialidade realmente existe no mundo onde todos evocam suas opiniões? Além disso, o campo científico é construído por aspectos individuais e coletivos, e não pode se separar das relações que os constitui (Moreira & Dutra, 2006). Assim, o campo de pesquisa surge do desejo do pesquisador de compreender algo, e da abertura do campo para ser revelar. Dessa forma, o pesquisar influencia e é influenciado pelo meio e pelo pesquisador, em um processo de construção mútua.
O problema de pesquisa investigado é como o fazer pesquisa influencia o campo de estudo e o pesquisador? O objetivo é compreender de que forma a pesquisa influencia o campo de estudo e o pesquisador.
Segundo Kroeff, Gavillon e Ramm (2020), o campo de pesquisa é o produto da interação de muitas redes de relações de poder, construída ao longo das inúmeras interações que foram performando-o. Por sua vez, o pesquisador é um ser em transformação, por meio das experiências dentro e fora do campo de estudo (Sant´Ana, 2010). Assim, nenhuma pessoa nasce pesquisador, essa identidade é criada ao longo do processo de estudo (Corazza, 2011). A criação do sujeito pesquisador acontece na sutileza das atividades exercidas, na descoberta de como superar as dificuldades no atuar no campo (Conceição, 2016).
A imparcialidade no meio acadêmico é vista como a capacidade do pesquisador de manter distanciamento e neutralidade, garantindo objetividade e confiabilidade (Conceição, 2016). Embora a objetividade seja considerada essencial para a validade dos estudos, é importante reconhecer que os pesquisadores são influenciados por seus ambientes e experiências pessoais. No entanto, essa expectativa, imparcialidade, ignora que os pesquisadores são seres influenciados por contextos sociais, culturais e históricos, que afetam suas percepções, escolhas metodológicas e interpretações (Conceição, 2016).
As reflexões tecidas no trabalho demonstraram que o pesquisador é afetado pelo campo através das experiências, das interações com o diferente no campo de pesquisa, o qual pode promover resinificados pessoais e sociais. Além disso, o campo de estudo também é afetado pelo pesquisador que traz consigo novas formas de ser, promove uma reflexão sobre os hábitos, conhecimentos, ao contar para o pesquisador o porquê, como, quando e de que forma agem, realizando uma rememoração, avaliação de si, da história e idealizam processos futuros, inclusive baseados na experiência de colaborar com a pesquisa.
Kroef, R. F., Gavillon, P. Q., & Ramm, L. V. (2020). Diàrio de Campo e a Relação do (a) Pesquisador (a) com o Campo-Tema na Pesquisa-Intervenção. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 20, pp. 464-480. Conceição, W. S. (2016). “Etnógrafo nativo ou nativo etnógrafo”? Uma (auto)análise sobre a relação entre pesquisador e objeto em contextos de múltiplas pertenças ao campo. Revista de Antropologia da UFSCar, 8. Sant´Ana, R. B. (2010). A implicação do pesquisador na pesquisa interacionista na escola. Psicologia em Revista, 16, pp. 370-387.