Desempenho Social Corporativo
Capacidade Gerencial
Diversidade de Gênero
Área
Gestão Socioambiental
Tema
Responsabilidade Social Corporativa (RSC)
Autores
Nome
1 - Neyza Borges Queiroz UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA) - ICSA
2 - Risolene Alves de Macena Araújo UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA) - Faculdade de Ciência Contábeis
Reumo
Neste estudo, é analisada a influência entre diversidade de gênero na gestão executiva na relação entre a Capacidade Gerencial (CG) e o Desempenho Social Corporativo (DSC) de companhias brasileiras. A literatura postula que a diversidade de gênero tem impacto direto e relevante nas habilidades gerenciais, impactando positivamente no desempenho da empresa; e que uma maior capacidade gerencial facilita a avaliação de potenciais oportunidades de negócios e investimentos em projetos socialmente responsáveis, por consequência, isso interfere no Desempenho Social Corporativo (DSC).
O referido artigo tem como problema de pesquisa: Qual a influência da Capacidade Gerencial das CEOs no Desempenho Social Corporativo das companhias brasileiras? E como objetivo verificar o efeito moderador do gênero na relação da capacidade gerencial do CEO e o DSC das companhias brasileiras listadas na B3
A Teoria dos Stakeholders mostra a importância de gerenciar relacionamentos com os grupos que impactam ou são impactados pela empresa. O Desempenho Social Corporativo (DSC) são essenciais para atender às demandas dos stakeholders, promovendo valor e sustentabilidade. As mulheres na gestão mostram maior capacidade de reação em questões sociais e ambientais, apesar do "teto de vidro". Diante disso, a capacidade gerencial é vital para o desempenho empresarial e é aprimorada pela diversidade de gênero, influenciando positivamente o DSC nas empresas brasileiras.
Os dados para este estudo foram obtidos de uma combinação de informações disponíveis na base de dados Economática®, sítio da Bolsa de Valores brasileira (Brasil, Bolsa, Balcão - B3) e sítio das empresas. Aplicou-se a análise de conteúdo dos dados relacionados ao DSC e, posteriormente, gerado um índice. A capacidade gerencial foi mensurada a partir da Data Envelopment Analysis (DEA) e Regressão Tobit. Em seguida, as hipóteses de pesquisa foram testadas por meio da Regressão OLS. A amostra é composta por 240 empresas, no período de 2013 a 2022
As hipóteses de que a Capacidade Gerencial influencia diretamente o DSC das empresas e que o gênero do CEO influencia diretamente esse desempenho não são rejeitadas. Com isso, nota-se que capacidade gerencial representa um fator importante para alcançar um melhor DSC, e que a presença da mulher nas equipes de alta gestão melhora esse desempenho. Por outro lado, a hipótese de que a relação entre capacidade gerencial e DSC é positivamente moderada pelo gênero do CEO) foi rejeitada, inferindo que a capacidade gerencial, quando moderada pelo gênero, impacta negativamente o DSC.
A pesquisa constatou que a CG influencia o DSC, especialmente na governança corporativa, possivelmente por esta incorporar questões de responsabilidade social. O gênero dos CEOs também mostrou influência positiva no DSC, principalmente nos grupos de stakeholders comunidade, meio ambiente e governança corporativa, demonstrando que os gestores atribuem prioridades aos stakeholders. No entanto, a hipótese de que o gênero modera positivamente a relação entre capacidade gerencial e DSC foi rejeitada, indicando barreiras enfrentadas por mulheres no processo decisório.
Araújo, R. A. de M., & Filho, P. A. M. L. (2023). Efeito da Capacidade Gerencial no Desempenho Social Corporativo De Companhias Brasileiras. Boletim de Conjuntura (BOCA), 15(45), 71–95.
Demerjian, P., Lev, B., & McVay, S. (2012). Quantifying managerial ability: A new measure and validity tests. Management Science, 58(7), 1229–1248.
Fernando, G. D., Jain, S. S., & Tripathy, A. (2020). This cloud has a silver lining: Gender diversity, managerial ability, and firm performance. Journal of Business Research, 117, 484–496.