Resumo

A população está vivendo mais e com mais saúde, consequentemente, permanecendo mais tempo no mercado de trabalho (Hanashiro & Pereira, 2020). Desta forma, surge a necessidade de entender o trabalhador mais velho e os sentidos que ele dá para o trabalho que está exercendo. Para Zacher e Rudolph (2023), o sentido do trabalho para os trabalhadores mais velhos é complexo e multifacetado, influenciado por diferenças individuais, percepções sociais e motivações pessoais.

Dada a importância de se pensar nos envelhecentes também no mercado de trabalho, inclusive no sentido que o trabalho ocupa na vida deles, esse artigo tem como pergunta de pesquisa a seguinte questão: De qual forma está sendo discutido sentido do trabalho para trabalhadores mais velhos? Assim, este estudo tem como objetivo investigar e discutir os conceitos e contextos sobre o sentido do trabalho para trabalhadores mais velhos.

As pesquisas sobre sentido do trabalho provocam indagações, pois o sentido do trabalho para trabalhadores mais velhos é multifacetado. Davis e Wolverson (2014) evidenciam que o trabalho pode ser um elemento central para a longevidade e a qualidade de vida dos trabalhadores mais velhos, oferecendo não apenas um propósito contínuo, mas também uma plataforma para expressão pessoal e contribuição social.

Dos 49 autores totais da amostra, apenas 5 realizaram suas pesquisas de forma individual, enquanto 44 autores colaboraram com 2 ou mais pesquisadores. Existe pouca proximidade entre os grupos de autores, indicando uma fragmentação nas pesquisas e falta de interseções entre eles. Vasconcelos (2015) explana que profissionais mais velhos percebem o trabalho como uma fonte de significado, autorrealização e satisfação profissional, mesmo enfrentando desafios como discriminação e falta de oportunidades de desenvolvimento. Além disso, o sentido do trabalho vai além de questões monetárias.

A conclusão da revisão bibliométrica e sistemática destaca a escassez de trabalhos correlacionados sobre o sentido do trabalho para trabalhadores mais velhos, ressaltando a importância de promover ambientes laborais que valorizem essa população. Além disso, aponta para a alta qualidade dos periódicos onde os artigos foram publicados, a falta de interseções entre grupos de autores e a colaboração limitada entre países na pesquisa sobre o tema. Além disso, para modelo de comparação, análises de gênero feminino e masculino podem ser melhor exploradas.

Hanashiro, D. M. M., & Pereira, M. F. M. W. M. (2020). O etarismo no local de trabalho: evidências de práticas de “saneamento” de trabalhadores mais velhos. RGO – Revista Gestão Organizacional, 13(2), 188-206. Zacher, H., & Rudolph, C. W. (2023). The construction of the “older worker”. Merits, 3(1), 115-130. Vasconcelos, A. F. (2015). The contemporary experience of work: older workers’ perceptions. Management Research Review, 38(4), 381-403. Davis, J., & Wolverson, C. (2014). Work: An occupational science perspective. In Editor & B. Editor (Eds.)