Desigualdade de gênero
Contadoras
Mercado de trabalho
Área
Gestão de Pessoas
Tema
As faces da Diversidade
Autores
Nome
1 - TATIANA FATIMA GOLFE UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ (UNOCHAPECÓ) - Chapecó
2 - Mara Vogt UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ (UNOCHAPECÓ) - Contabilidade
3 - Juliana Fabris UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ (UNOCHAPECÓ) - Chapecó/SC
Reumo
A desigualdade de gênero, a despeito de avanços culturais e sociais significativos, permanece desafio flagrante do mercado de trabalho, sobretudo, quanto à igualdade salarial (Feitosa & Albuquerque, 2019). Apesar da literatura sobre o tema (Brighenti et al., 2015; Haussmann et al., 2018; Silva et al., 2018; Vogt et al., 2020), Anzilago et al. (2023) demonstraram que há poucas publicações sobre gênero na área contábil. As pesquisas anteriores focaram mais em auditores, peritos e contadores. Não se identificou evidências de estudos que analisaram todos os CBOs da área contábil.
A questão que norteia a pesquisa é: qual é a influência do gênero na desigualdade salarial do profissional contábil no estado de Santa Catarina? Nesse sentido, o objetivo proposto para este estudo é analisar a influência do gênero na desigualdade salarial dos profissionais contábeis no estado de Santa Catarina.
Desigualdades salariais decorrem da construção ideológica de mulheres como força de trabalho secundária aos homens no sustento da família (Jaffe, 2021). Determinantes podem ser competências, conhecimentos, educação, características de gênero, raça, religião. Quanto mais elevada/relevante a posição da mulher, mais estreitas são suas oportunidades (Vogt et al., 2020). A desigualdade de gênero na contabilidade é mais profunda que a comparação salarial (Silva et al., 2018). Mesmo em empresas com políticas de igualdade de género no recrutamento, mulheres não alcançaram a igualdade na promoção.
Realizou-se uma pesquisa descritiva, quantitativa e documental. A população do estudo foi de 41.990 pessoas empregadas no ramo contábil em Santa Catarina e a amostra foi de 28.166 empregados, coletada na base microdados RAIS ano base 2021. A categoria de entidades empresariais englobou: empresa pública, sociedade de economia mista, sociedade anônima aberta, fechada, limitada, empresário (individual), cooperativa, entre outras. Os resultados foram estimados no software STATA® versão 14, utilizando regressão linear múltipla.
As evidências indicaram que para explicar a remuneração, o gênero, ao lado da escolaridade, figura entre as principais. É possível verificar que os trabalhadores do gênero masculino recebem uma remuneração significativamente superior aos do gênero feminino. Constatou-se assim indícios de desigualdade de gênero, visto que os atributos faixa etária, tempo de emprego, escolaridade, cor e horas contratadas são controlados para homens e mulheres na análise de regressão, justificando as diferenças nas remunerações recebidas entre os gêneros.
Conclui-se que, além do gênero, os fatores tempo no emprego, horas contratadas, idade, grau de instrução, escolaridade e raça contribuem para a diferença salarial no estado de Santa Catarina. Outro aspecto enfatizado, tanto aos profissionais empregados nas empresas quanto ao meio acadêmico, é a relevância da educação de pós-graduação para o avanço na carreira e melhoria salarial.
Anzilago, M., Lucas, A. C., Silva, C. N. (2023). Contabilidade e gênero: o perfil das publicações em contabilidade.
Feitosa, Y. S., & Albuquerque, J. S. (2019). Evolução da mulher no mercado de trabalho. Business Journal, 1(1), 1-17.
Silva, J. C. da; Magro, C. B. D.; Gorla, M. C., & Silva, M. Z. (2018). Glass ceiling in the accounting profession: Evidence in Brazilian companies. Contaduría y Administración, 63(2).
Vogt, M., Barbosa, E. T., Silva, M. Z. D., & Schmitz, A. P. (2020). Fatores determinantes das diferenças salariais entre as ocupações da contabilidade. Cadernos Ebape, 18(2), 336-352