Resumo

Título do Artigo

História de vida de pessoas trans: trabalho, identidade e subjetividade
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Palavras Chave

diversidade
pessoas trans
história de vida

Área

Gestão de Pessoas

Tema

As faces da Diversidade

Autores

Nome
1 - Marcos Braga de Oliveira
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Escola de Administração - Programa de Pós Graduação em Administração - PPGA/EA
2 - Claudia Sirangelo Eccel
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Escola de Administração

Reumo

Como a conformidade com normas de gênero, aceitação no trabalho e percepção da identidade afetam a vida das pessoas trans? Esta indagação direciona os estudos para compreender as interseções entre identidade de gênero, sexualidade e ambiente de trabalho. Utilizou-se o método de História de Vida para explorar a relação entre subjetividade e contextos sociais e organizacionais. A experiência de ser trans no Brasil inclui discriminação e violência, e a transfobia institucionalizada agrava essa situação. Este artigo foca nas histórias de vida de Cecília e Mar, pessoas trans no serviço público.
Como as normas de gênero, a aceitação no trabalho e a percepção da identidade afetam a vida das pessoas trans? Propõe-se (a) utilizar o método da História de Vida para capturar a complexidade das experiências vivenciadas por essas pessoas, desde as primeiras percepções de identidade de gênero até os desafios enfrentados; (b) compreender a construção da identidade de gênero e os efeitos do contexto nesta construção; (c) analisar o impacto da discriminação, estigmatização e violência na carreira e (d) explorar as interseções entre identidade de gênero, sexualidade e ambiente de trabalho.
Conceito de cisheteronormatividade (Baggenstoss, 2021; Bento, 2021; Butler, 2020), subjetividade (Nardi, 2006; Tittoni & Nardi, 2006), identidades identidades prêt-à-porter (Rolnik, 1997). Para o método de História de Vida (Gaulejac, 2014; Ferrarotti, 2007).
Cecília e Mar narraram suas histórias entre junho e outubro de 2023. Cecília participou de três sessões (uma presencial e duas online), totalizando três horas e quarenta e nove minutos; Mar teve um encontro online de uma hora e dezesseis minutos. As entrevistas foram transcritas e sintetizadas em relatos enviados para revisão em 5 de fevereiro de 2024, mas não houve resposta de Cecília e Mar. A análise das histórias de vida, seguindo Gil (2021), adota uma abordagem tridimensional focada em interação, continuidade e situação.
Aproximação com a cisnormatividade: Nos relatos de Cecília e Mar, esse período anterior à transição influenciou diretamente a escolha profissional de Cecília. Marginalização da pessoa trans: Ambos enfrentaram distanciamento e discriminação dentro da organização, evidenciando uma escala de valor entre pessoas cis e trans. Foco excessivo na identidade trans: Esse foco resulta na supressão das características profissionais e na ênfase exagerada na identidade de gênero, tanto positiva quanto negativamente.
O sujeito está entrelaçado com suas identificações, que interagem com o contexto social moldado pela cisheteronormatividade. Em diferentes estágios da vida, o sujeito pode adotar pos-turas variadas em relação às normas dominantes, mas é inevitavelmente influenciado por elas. Toda experiência é permeada pelo gênero, resultando em negociações constantes entre identidades individuais e imposições normativas, aplicáveis a todas as pessoas. As organizações reafirmam ou contestam identidades, podendo validar ou perpetuar a cisheteronormatividade.
Baggenstoss, G. A. (2021). A subjetividade jurídica e o pacto cisheteronormativo. Bento, B. (2021). A reinvenção do corpo: sexualidade e gênero na experiência transexual (3ª ed.). Butler, J. (2020). Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rolnik, S. (1997). Toxicômanos de Identidade: Subjetividade em Tempo de Globalização. Tittoni, J., & Nardi, H. C. (2006). Subjetividade e trabalho.