1 - Fabiola Gomes Farias UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE) - PPGA
2 - Francisco Roberto Pinto UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE) - PPGA - Programa de Pós-Graduação em Administração (mestrado e doutorado)
3 - Bárbara Sampaio de Menezes UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR) - Centro de Comunicação e Gestão (CCG)
4 - Emiliano Sousa Pontes UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
5 - ROSELENE COURAS DEL VECCHIO DA PONTE UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR) - CEARÁ
Reumo
Os dados do painel International Tourism and COVID-19 da Organização Mundial do Turismo mostram que os impactos da crise da COVID-19 no setor foram alarmantes. Na América do Sul, por exemplo, estima-se uma queda de 66% na chegada de turistas em 2020, 85% em 2021 e 54% em 2022, se comparados ao ano de 2019. Com as perdas causadas pelo impacto direto da pandemia e o efeito cascata nos setores relacionados ao turismo, estima-se que o Brasil tenha perdido em receitas 49% em 2020 (- U$D 2,95mi), 51% em 2021 (- U$D 3,04mi) e 32% (- U$D 579mil) em 2022 (UNWTO, 2023).
Considerando as teorias apresentadas e seus pontos de interseção, esse estudo busca responder a seguinte questão de pesquisa: Quais estratégias de enfrentamento e mecanismos de defesa os agentes da cadeia produtiva do turismo brasileiro desenvolveram para reagir às consequências da Pandemia de COVID-19? Desta forma, a presente pesquisa tem como objetivo identificar as estratégias de enfrentamento e mecanismos de defesa do setor de turismo brasileiro durante a pandemia de COVID-19
A literatura cientifica que trata de crises e recuperação traz, em seu bloco de conhecimentos, a certeza de que é necessário compreender o fenômeno que habita no ambiente externo por trás das crises, identificando-o e dimensionando-o, para que, assim, seja possível, também, preparar-se e planejar-se para o futuro, dado que o mundo continua em rápido processo de mudanças.
Um sistema, ao sofrer determinada crise, é empurrado para além desta, podendo ser destruído ou restaurado, voltar ao seu estado inicial ou, até mesmo, sair-se dela com uma nova configuração, sendo mais eficaz em seus processos
A pesquisa é de natureza qualitativa. Quanto aos fins, possui caráter exploratório e descritivo; quanto aos meios, pode ser classificada como bibliográfica e de campo. A combinação desses elementos busca responder à questão de pesquisa e identificar que estratégias e mecanismos de sobrevivência foram utilizados pelos agentes da cadeia produtiva do turismo, para reagir às consequências da Pandemia de COVID-19.
Buscando por relevância e expressão, escolheu-se para objeto de estudo neste estudo os três primeiros agentes das Empresas Líderes da cadeia produtiva.
As entrevistas com os representantes do setor de turismo demonstraram que a capacidade de adaptação foi fundamental para a continuidade dos negócios. As empresas que conseguiram se reconfigurar, seja através da mudança de público-alvo ou da adaptação de seus processos internos, apresentaram uma maior capacidade de superar os desafios impostos pela pandemia. As estratégias colaborativas foram as mais citadas, evidenciando a importância das parcerias e da cooperação para enfrentar momentos de crise.
O objetivo geral desta pesquisa foi identificar as estratégias de enfrentamento e mecanismos de defesa utilizados pelos agentes da cadeia produtiva do turismo brasileiro durante a pandemia de COVID-19. Os resultados revelaram que as empresas adotaram diversas estratégias de enfrentamento, como a detecção de novas oportunidades (sensing), a adaptação e aproveitamento de recursos internos (seizing) e a reconfiguração de seus ativos (reconfiguring). Além disso, a resiliência foi um mecanismo de defesa crucial para a sobrevivência e adaptação das empresas diante das adversidades impostas.
ANGST, Rosana. Psicologia e resiliência: uma revisão de literatura. Psicologia argumento, v. 27, n. 58, p. 253-260, 2009.
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BARLACH, Lisete; LIMONGI-FRANÇA, Ana Cristina; MALVEZZI, Sigmar. O conceito de resiliência aplicado ao trabalho nas organizações. Interamerican Journal of Psychology, v. 42, n. 1, p. 101-112, 2008.
CAMARGO, Brigido Vizeu; JUSTO, Ana Maria. IRAMUTEQ: um software gratuito para análise de dados textuais. Temas em psicologia, v. 21, n. 2, p. 513-518, 2013.