Resumo

Este trabalho tem origem na observação de diferentes estudos que buscam contribuir com a expansão de novos negócios para o interior dos países. Porém, esses trabalhos destacam as oportunidades existentes nesses ambientes, evidenciando, assim, o atual momento do ambiente regional, deixando de lado aspectos que influenciam esse ambiente regional, por exemplo, as condições em que as empresas estão nesse ambiente, como quais são as pressões institucionais que as empresas sofrem. Assim, este trabalho aprofunda nessa lacuna.

O problema de pesquisa deste trabalho está na atração de novos negócios para o interior dos países, assim, o objetivo deste artigo é trazer uma reflexão quanto a existência de diferentes condições ambientais nas regiões interioranas. Dessa forma, o estudo critica os estudos que são desenvolvidos utilizando uma visão homogênea dos interiores, e propõe uma classificação a partir de condições isomórficas competitivas e institucionais dos interiores.

A teoria institucional é utilizada como pano de fundo neste trabalho, pois estabelece o papel moderador da relação entre empreendedorismo e ambiente de desenvolvimento regional. Este estudo utiliza-se das teorias institucionais para fundamentar essa proposta de classificação dos ambientes regionais, ou seja, utiliza os conceitos das condições ambientais de Dimagio e Powel (1983) como ferramenta para definir os tipos de ambientes institucionais, pois essas condições ambientais exercem pressões institucionais que moldam as novas empresas.

O estudo, ao criticar os atuais artigos que exploram a atração do empreendedorismo em regiões de desenvolvimento regional sem avaliar a abrangência dos tipos de ambientes interioranos, mostra que sem considerar as pressões isomórficas recebidas durante sua jornada nesses novos locais, e sem o devido direcionamento desses tipos ambientais à análise dos fatores, dimensões ou variáveis influentes na atração de novos negócios, os estudos deixam de considerar a perpetuidade e o sucesso das novas empresas regionais.

O trabalho tem o mérito de sugerir reflexões quanto à possibilidade de avaliar os ambientes do interior no momento da escolha das regiões para expansão de novos negócios, sendo que essa avaliação permitiria compreender as pressões ambientais que serão enfrentadas pelas empresas, sejam pressões isomórficas competitivas ou pressões isomórficas institucionais.

DiMaggio, P. & Powell, W. (1983) The iron cage revisited: institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, v. 48. Meyer, J. W. The Impact of the Centralization of Educational Funding and Control on State and Local Organizational Governance. Stanford, California: Institute for Research on Educational Finance and Governance (IFG), Stanford University, Program Report n. 79-B20, ago. 1979.