Movimentos sociais brasileiros
Novas identidades
Movimentos insurgentes
Área
Administração Pública
Tema
Memória Coletiva, Movimentos Sociais e Direitos Humanos
Autores
Nome
1 - Jéssica Gonçalves de Lima UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI (UFCA) - Juazeiro do Norte Centro
2 - FRANCISCA ROSE FERREIRA DE ALCANTARA LIMA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI (UFCA) - Juazeiro do Norte
3 - Érika Lizandra Alencar Pereira UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI (UFCA) - Juazeiro do Norte
4 - Francisco Raniere Moreira da Silva UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI (UFCA) - Centro de CIências Sociais Aplicadas - CCSA
Reumo
Os movimentos sociais são uma invenção do século XX e surgem como formas revolucionárias de ação coletiva, que lutam contra a opressão e a desigualdade de classes. No Brasil, os movimentos sociais ascendem em oposição à Ditadura Militar e ganham notoriedade, unindo diversas pautas e classes. Considerando as inúmeras mudanças ocorridas no mundo é possível perceber que os movimentos também sofreram transformações, na nomenclatura e no entendimento do que os define e caracteriza, nas formas organizacionais, e ainda transformações nas suas pautas e agendas.
O trabalho explora as fases que caracterizam os movimentos e analisa seu desenvolvimento, e a construção de novas identidades a partir das mudanças no cenário social, político e econômico. Parte-se da pergunta: Como o cenário social, político e econômico influencia as características determinantes dos movimentos sociais em cada época? Como objetivos, tem-se: apresentar um breve histórico dos movimentos sociais no Brasil; caracterizar a criação das novas identidades dos movimentos sociais; identificar como os novos movimentos sociais passam a se articular com as mudanças pós redemocratização.
A Revolução Industrial alterou a forma como a cidade se organiza. Ao lado dos avanços, agravaram-se as desigualdades sociais e o Estado tornou-se ineficiente em atender às demandas mais básicas da sociedade, propiciando o surgimento das insurgências urbanas. Ao longo do tempo, contudo, os movimentos sociais sofreram alterações em sua estrutura, forma de atuação e objeto, deixando de representar tão somente a luta pelos direitos dos trabalhadores, para incluir diretrizes mais igualitárias, com atuação no campo da cultura, de luta pelo bem-estar coletivo e pela institucionalização de direitos.
Os movimentos sociais têm se desvinculado da perspectiva totalmente separatista do Estado, para buscar a normatização de direitos, a institucionalização de organizações não estatais, preconizando a atuação em rede, empoderamento social, participação cidadã e democrática e fortalecimento dos movimentos identitários. Surgem vínculos sociais e políticos interindividuais e interorganizativos, levando pautas para dentro da esfera pública, alterando perspectivas e surgindo políticas públicas, fazendo com que as propostas vindas de movimentos insurgentes conquistem o seu espaço.
Os movimentos sociais são essenciais para garantia de direitos fundamentais, inclusive foi através das suas lutas que a maioria desses direitos foram assegurados ao povo. Independente da época e do cenário, os grupos organizados sempre tiveram o bem estar coletivo como objetivo, a diferença se dá na forma como os movimentos sociais ao longo dos anos se organizam. A capacidade de mobilização é uma das características dos novos movimentos sociais. Com o advento da internet ficou mais fácil difundir pautas e formar redes de ação coletiva. As redes constituem movimentos fortes, formando alianças.
REFERÊNCIAS:
CASTELLS, Manuel. Prefácio: Articular mentes, criar significado, contestar o poder. In Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet, 2012
GOHN, Maria da Glória. O protagonismo da sociedade civil: movimentos sociais, ONGs e redes solidárias. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
GOHN, M. DA G.. Movimentos sociais na contemporaneidade. Revista Brasileira de Educação, v. 16, n. 47, p. 333–361, maio 2011.
SHERER-WARREN, Ilse. Movimentos sociais no Brasil contemporâneo. História: Debates e Tendências - v.7, n. 1, jan./jun. 2007, p. 9-21, publ. no 2º sem. 2008