Resumo

Este estudo aborda a incorporação da perspectiva dos stakeholders na gestão municipal de Romaria, MG, sob a ótica da estratégia de EESSGG para promover o desenvolvimento sustentável. A realização anual da Festa de Nossa Senhora da Abadia, apesar de trazer benefícios econômicos ao atrair turistas e movimentar o comércio local, também apresenta riscos à sustentabilidade. O aumento temporário da população demanda mais recursos e serviços, pressionando ainda mais a infraestrutura deficiente da cidade. Além disso, a festa gera desafios relacionados ao manejo de resíduos e impacto ambiental.

Diante da importância da gestão urbana orientada para os stakeholders para um desenvolvimento sustentável na cidade de Romaria - MG surge a seguinte questão: como os gestores municipais incorporam a perspectiva dos stakeholders na gestão em Romaria? O objetivo deste estudo é analisar como os gestores municipais incorporam a perspectiva dos stakeholders na gestão em Romaria. Essa pesquisa tem como suporte a estratégia de EESSGG que potencializa os resultados do município de Romaria – MG.

A teoria dos stakeholders deve ser considerada uma abordagem significativa dentro da administração. Ela surgiu para enfrentar três desafios empresariais fundamentais: compreender como o valor é criado e comercializado, conectar a ética ao capitalismo e fornecer um quadro de gestão que aborde esses desafios. Inicialmente aplicada no contexto da gestão estratégica, a teoria dos stakeholders expandiu-se para áreas como a teoria organizacional e a ética empresarial (Freeman, 2010). O método EESSGG é uma ferramenta desenvolvida na pesquisa de Beck (2023).

Quanto à abordagem da pesquisa, trata-se de uma pesquisa qualitativa. Quantos aos meios de pesquisa, a pesquisa é documental, utilizando dados secundários. A coleta de dados será feita através da ferramenta IDCS-BR. A análise de dados deste estudo envolveu uma análise de conteúdo. Categorias: 1. Moradores e Comunidades Locais 2. Organizações Não Governamentais (ONGs) e Sociais 3. Empresas Locais e Comerciantes 4. Setor Público 5. Instituições Educacionais 6. Setor de Saúde 7. Turistas e Visitantes 8. Agricultores e Produtores Rurais 9. Meio Ambiente e Recursos Naturais

Sachs (2019) argumenta que políticas econômicas não podem ser desenvolvidas isoladamente de políticas sociais. Por exemplo, o crescimento econômico deve ser acompanhado de políticas que promovam a inclusão social, reduzam a pobreza e melhorem a qualidade de vida das populações vulneráveis. A educação e a saúde são áreas críticas onde a integração é essencial. Políticas econômicas que incentivem o desenvolvimento desses setores são vitais para criar uma sociedade mais equitativa e produtiva.

Os resultados indicam que Romaria, MG enfrenta grandes desafios em diversos ODS, especialmente em áreas relacionadas a água e saneamento, desigualdades econômicas e sociais, infraestrutura urbana, e governança. As partes interessadas, incluindo moradores, ONGs, empresas, setor público, e instituições educacionais, têm potencial para atuar na melhoria desses indicadores, buscando um desenvolvimento mais sustentável e equitativo para a comunidade.

Beck, D. (2023). The EESSGG proposition for stakeholder-oriented urban management performance: a theoretical perspective. J. Environ. Manag. & Sust., 12(1), 1-27, e23099. Freeman, R. E. (2010). Managing for Stakeholders: Trade-offs or Value Creation. Journal of Business Ethics, 96(S1), 7–9. Santos, R. V. O. (2023). O ecossistema de inovação no estado do Pará: um panorama sustentável para a bioeconomia local. Revista Foco, 16(5), e1730. Sterling, S. (2020). Sustainable Education: Re-visioning Learning and Change. 2nd ed. Abingdon: Routledge.