Conhecimento
Capacidade Absortiva
Programas de Iniciação Científica e Tecnológica
Área
Gestão da Inovação
Tema
Gestão do Conhecimento, Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia
Autores
Nome
1 - Laila Mirelle Diógenes Maniçoba UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO (UFERSA) - Mossoró
2 - Ana Maria Magalhães Correia UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Centro de Ciências Aplicadas e Educação
Reumo
A capacidade de absorção, também conhecida por capacidade absortiva (ACAP), é definida por Cohen e Levinthal (1990) como sendo a capacidade que uma organização possui de reconhecer o valor de novos conhecimentos externos, assimilá-los e aplicá-los aos processos e rotinas organizacionais. Os referidos autores, em síntese, afirmam que a capacidade de explorar conhecimentos é um componente crítico das capacidades de uma organização e, parte dessa capacidade resulta de um processo prolongado de investimento e acumulação de conhecimentos (Jenoveva Neto, 2016).
Como ocorre a relação entre capacidade absortiva (ACAP) e a produção do conhecimento nas pesquisas científicas e tecnológicas desenvolvidas em uma IFES? Como objetivo geral, este estudo se propõe a analisar a relação entre capacidade absortiva e a produção do conhecimento nas pesquisas de iniciação científicas e tecnológicas em uma IFES localizada em Mossoró/RN.
O estudo de Cohen e Levinthal, publicado em 1990, sobre o termo capacidade absortiva, é o mais aceito pela literatura organizacional como pioneiro (Volberda; Foss; Lyles, 2010). Trazendo um novo olhar para o tema, Zahra e George (2002) decidiram por reinterpretar as ideias levantadas por Cohen e Levinthal (1990), definindo-a como sendo “um conjunto de rotinas e processos organizacionais pelos quais as empresas adquirem, assimilam, transformam e exploram o conhecimento para produzir uma capacidade organizacional dinâmica”.
A presente pesquisa está amparada no raciocínio indutivo, caracterizada como sendo qualitativa, pois buscou-se, a partir da investigação da relação existente entre a ACAP e as pesquisas científicas e tecnológicas em uma IFES, dar início a uma discussão mais ampla sobre os fatos constatados. A presente pesquisa fez uso de questionários, entrevistas e análise de documentos, como fontes de evidências. Os sujeitos desta pesquisa foram divididos em dois grupos distintos: Grupo 01: pesquisadores /orientadores dos programas PIBIC e PIBITI e Grupo 02: Membros do Comitê de Iniciação Científica.
O framework demonstra que, apesar de interligadas, as etapas de desenvolvimento da ACAP na IFES se baseiam em processos e fatores diferenciados. Para isso, é necessário que a instituição estabeleça e estimule práticas de trabalho de favoreçam a integração do conhecimento individual, tácito ou explícito, com os novos conhecimentos oriundos de fontes externas. Esses estímulos podem ocorrer, por exemplo, por meio da ampliação de ações institucionais que favorecem a inter-relação entre os pesquisadores e a interdisciplinaridade entre as pesquisas.
Acerca do objetivo norteador desta pesquisa, que buscou analisar o uso da capacidade absortiva (ACAP) no desenvolvimento de pesquisas de iniciação científicas e tecnológicas em uma IFES localizada em Mossoró/RN, constatou-se que o aprimoramento da Capacidade Absortiva por meio da aquisição, assimilação, transformação e explotação na Universidade, pode potencializar o desempenho institucional no campo das pesquisas científicas e tecnológicas, resultando uma maior geração de conhecimentos, inovações, processos e serviços.
COHEN, W. M.; LEVINTHAL, D. A. A new perspective on Learning and Innovation. Administrative Science Quarterly, v. 35, n. 1, p. 128-152, 1990. https://doi.org/10.2307/2393553
NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação do conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Celeste. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1997. 358p.
ZAHRA, S. A.; GEORGE, G. Absorptive capacity: a review, reconceptualization, and extension. Academy of Management Review, v. 27, n. 2, p. 185-203, 2002. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/4134351. Acesso em: 15 jan. 2024.