Epistemologias e Ontologias em Estudos Organizacionais
Autores
Nome
1 - DOUGLAS WELLINSON SECCO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL) - LONDRINA
2 - ZERO DALMASO CARMONA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL) - LONDRINA
Reumo
A Teoria Crítica (TC) e a Escola de Frankfurt desempenham um papel fundamental na compreensão e análise das dinâmicas sociais, culturais e políticas da sociedade contemporânea. A preocupação básica da TC é a análise das condições sociais, de modo a criticar os usos abusivos e injustificados de poder (exploração, repressão, controle social, etc.) e busca pela emancipação do indivíduo. Em sentido contrário ao positivismo, a Escola de Frankfurt propõe a TC como alternativa de se estabelecer o conhecimento teórico e científico para além dos métodos positivistas.
O ensaio teórico inicialmente explora a evolução da Teoria Crítica, destacando as contribuições centrais dos membros da primeira e segunda geração da Escola de Frankfurt e sua relevância. Em um segundo momento, utilizamos a teoria crítica como uma forma de análise sobre o positivismo.
A Teoria Crítica Frankfurtiana tem seus estudos baseados nas orientações filosóficas e teóricas da Escola de Frankfurt, que pretende despertar a consciência dos sujeitos para transformar o mundo vistas a transformação social. A Escola de Frankfurt e sua teoria crítica pode dizer respeito a 3 gerações distintas de pensadores. A primeira, sucessora dos pensamentos de Marx é formada por teóricos como: Adorno, Horkheimer, Marcuse, Benjamin, Pollock, Bloch e Fromm. A segunda, tem como principal teórico Habermas, que se distancia do marxismo e cria sua Teoria da Ação Comunicativa (TAC)
A principal divergência entre o positivismo e a Escola de Frankfurt reside na concepção do papel da ciência e do conhecimento na sociedade, e a TC surge em contraponto ao positivismo. Os teóricos críticos argumentam que o positivismo ignora as dimensões subjetivas e normativas da vida social, tratando os indivíduos como objetos passivos ao invés de sujeitos ativos capazes de transformação, propondo uma abordagem dialética e interdisciplinar que visa a emancipação dos indivíduos e a transformação das estruturas sociais opressivas.
Os estudos críticos são importantes para analisar e identificar os pontos onde essa relação ontológica com as estruturas interfere na vida humana. A teoria crítica frankfurtiana foi um marco para os estudos críticos em gestão, adotando uma visão diferente das visões funcionalistas e positivistas da época, fazendo com que as organizações começassem a ser entendidas como construções sociais a serem problematizadas em seu sistema, seus interesses e suas contradições.
BENJAMIN, W.; HORKHEIMER, M.; ADORNO, T. W.; HABERMAS, J. Textos escolhidos: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
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