Resumo

Título do Artigo

O PAPEL DA COMPAIXÃO NA CONSTRUÇÃO DO PROPÓSITO NO TRABALHO VOLUNTÁRIO COM PACIENTES ONCOLÓGICOS EM UM HOSPITAL NA REGIÃO SUL DO BRASIL
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Palavras Chave

Compaixão
Construção de propósito
Voluntariado

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Comportamento Organizacional

Autores

Nome
1 - Andressa Bueno Serigato Meneghelli
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
2 - Marcia Pereira Da Costa
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - PPGADM
3 - Jainara de Jesus Viana Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - PPGADM
4 - Mariane Lemos Lourenço
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - PPGADM-UFPR

Reumo

Neste estudo concentramos nossa atenção na compaixão. Esta emoção envolve não apenas a percepção, compreensão e vivência da dor alheia, mas também transcende esses aspectos, uma vez que implica em sofrer junto com o outro e ser impelido a oferecer apoio e assistência. Nesse sentido, cabe ressaltar que os seres humanos, como seres sociais, podem se envolver em diversas entidades e grupos na sociedade para atender suas necessidades, sejam elas materiais ou psicológicas. Entre elas, muitos são movidos pela compaixão a se engajar naquelas que prestam serviços voluntários.
A compaixão é um elemento que pode auxiliar o indivíduo a encontrar um propósito em serviços de cuidado. Nesse sentido, o objetivo geral do presente estudo é compreender como a compaixão atua na construção do propósito no trabalho voluntário em uma organização de saúde
A compaixão é um processo dinâmico e interativo composto por subprocessos que surgem quando se reconhece o sofrimento das pessoas, provocando o desejo de diminuir a dor do outro (Dutton et al., 2014). Entre os componentes da compaixão, destaca-se a empatia, pois antes de responder ao sofrimento, a pessoa percebe, compreende e se coloca no lugar do outro (Strauss et al., 2016). O comportamento pró-social que resulta da empatia contribui para a construção de propósito, que atribui direção e influencia positivamente aspectos como a saúde mental, resiliência e satisfação com a vida (Steger, 2015).
Dessa forma, o estudo adotou uma abordagem qualitativa, utilizando a estratégia de estudo de caso e uma perspectiva interpretativa. Os dados foram coletados por meio de entrevistas em profundidade com 28 voluntários e observação direta no contexto de um hospital especializado no tratamento de pacientes oncológicos. Posteriormente, os dados foram analisados utilizando a técnica de análise de conteúdo.
Os resultados do presente artigo indicaram que os participantes são movidos tanto pela compaixão quanto pela empatia, ao se envolverem nos serviços voluntários, e, nesse processo, encontram propósito no trabalho, ou seja, ao auxiliar os outros eles conseguem ver sentido na vida despertando sentimentos positivos e de gratidão.
Os voluntários são motivados pela compaixão ao se envolverem no voluntariado, enquanto outros são impulsionados pela empatia. Portanto, conclui-se a partir deste estudo que tanto a empatia como a compaixão são emoções que, respectivamente, contribuem para a compreensão do que o outro está sentindo, o que leva os indivíduos voluntários a terem comportamentos pró-sociais que visam auxiliar as pessoas que precisam de ajuda. Além disso, as emoções de compaixão e empatia colaboram para a construção de propósito no serviço voluntariado.
Dutton, J. E., Workman, K. M., & Hardin, A. E. (2014). Compassion at work [Electronic version]. Annu. Rev. Organ. Psychol. Organ. Behav, 1, 277–304. Steger, M. F. (2015). Meaning in life and well-being. In S. Joseph (Ed.), Positive psychology in practice: Promoting human flourishing in work, health, education, and everyday life (2nd ed., pp. 435-450). Wiley. Strauss, C., Taylor, B. L., Gu, J., Kuyken, W., Baer, R., Jones, F., & Cavanagh, K. (2016). What is compassion and how can we measure it? A review of definitions and measures. Clinical Psychology Review, 47, 15-27.