Resumo

A qualidade do ensino é essencial para preparar os alunos frente aos desafios contemporâneos, abrangendo excelência, eficácia e relevância educacional. Avaliada por meio de critérios como o Ideb, que reflete o desempenho em Português, Matemática e taxas de reprovação, a eficácia escolar visa garantir aprendizado equitativo, acesso igualitário e sucesso para todos os alunos, independentemente de suas origens. Direcionar a aplicação de políticas educacionais é relevante para melhorar práticas pedagógicas e guiar investimentos que reduzam disparidades educacionais no Brasil.

Problema de pesquisa: Quais fatores contribuem para a queda no desempenho dos alunos nos anos finais do Ensino Fundamental? Objetivo: Explorar criticamente a interação entre as notas obtidas pelo Ideb, que representa o rendimento escolar, e uma variedade de fatores que influenciam o rendimento dos estudantes, visando contribuir para uma compreensão mais profunda das complexidades do processo educacional e oferecer insights para indicar práticas pedagógicas e políticas educacionais eficazes.

A pesquisa sobre formação, rotatividade e remuneração docente destaca a importância desses aspectos para a qualidade da educação. Enfatiza-se que salários competitivos, satisfação profissional e desenvolvimento contínuo são essenciais para reter professores qualificados e melhorar o ensino. Além disso, fatores como qualidade das práticas de ensino, autoeficácia percebida dos docentes e impactos da remuneração no rendimento estudantil são discutidos, destacando a complexidade das políticas educacionais necessárias para promover equidade e excelência na educação básica.

Esta pesquisa quantitativa analisou os determinantes do rendimento escolar no Brasil utilizando dados do Inep, incluindo Censo Escolar e Ideb. Foram selecionadas nove variáveis explicativas, como formação dos docentes, distorção idade-série, e infraestrutura escolar. A metodologia inicialmente usou regressão linear múltipla, mas devido à autocorrelação nos resíduos, adotou-se o Modelo de Efeitos Mistos. Este modelo robusto incorpora variáveis fixas e aleatórias, com a região como variável de agrupamento, permitindo uma análise mais precisa e robusta das influências no desempenho dos alunos.

Este estudo investigou múltiplos fatores do rendimento escolar com base nos dados do Ideb 2021. A formação dos docentes foi relevante, assim como a regularidade na mesma escola. A remuneração docente não mostrou impacto significativo. Distorção idade-série e índice de reprovação afetaram negativamente, enquanto maior presença feminina teve efeito positivo. Infraestrutura escolar (bibliotecas, laboratórios de informática) e acesso à internet foram associados a melhores resultados. Escolas federais e de maioria branca mostraram desempenho superior no Ideb.

A presença de professores com formação superior e estabilidade na escola beneficia o desempenho acadêmico, enquanto a remuneração não se mostrou determinante. Fatores como infraestrutura, distorção idade-série e variáveis sociodemográficas são cruciais. Políticas educacionais devem ser adaptadas regionalmente para reduzir disparidades, com foco na equidade. Este estudo oferece insights, embora limitado pela exclusão de variáveis socioeconômicas e de infraestrutura familiar, essenciais para compreender o rendimento escolar de forma abrangente.

Agasisti et al. (2023); Alves & Ferrão (2019); Araújo et al. (2021); Bauer et al. (2017); Bhatnagar et al. (2022); Booton et al. (2023); Britton & Propper (2016); Choi de Mendizábal et al. (2018); Delgado-Galindo et al. (2021); Díaz et al. (2024); Dutta & Sahney (2022); Early et al. (2023); Ferrão et al. (2018); García & Han (2022); Gil-Flores & García-Gómez (2017); Gino et al. (2022); Gobbi et al. (2020); Goos et al. (2021); Govorova et al. (2020); Hanushek et al. (2019); Hopfenbeck et al. (2017); Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (n.d.) e outros.