Resumo

Pesquisas anteriores mostram que as plataformas digitais estão presentes em quase todas as atividades de nossas vidas (Cusumano, 2014), impactando a forma como nos relacionamos (Saraiva, Santos, & Pereira, 2020) e os nossos comportamentos (Vianna, Meneghetti, & Peinado, 2022). Nesse sentido, essas novas tecnologias também estão impactando de forma significativa o processo contínuo de construção de nossas identidades, inclusive com indivíduos se engajando, em alguns casos, com múltiplas identidades nas plataformas (Barros et al., 2023).

O presente estudo é orientado pela seguinte pergunta de pesquisa: De que forma as plataformas digitais que fazem parte do ecossistema de um fantasy game podem influenciar a construção da identidade dos jogadores? Assim, o objetivo do presente artigo é analisar como as plataformas digitais que fazem parte de um fantasy game podem influenciar a construção da identidade dos jogadores

As plataformas digitais estão presentes em nossas vidas e em quase todas as nossas experiências cotidianas (Cusumano, 2014). Dessa forma, pesquisadores já sugeriram que a Internet tem o potencial para funcionar como um meio para as pessoas expressarem sua identidade e sua cultura (Castells, 2004). Assim, estudos recentes passaram a dedicar sua atenção para compreender os impactos de uma sociedade permeada por plataformas virtuais e sua influência no processo de identidade (Barros et al., 2023).

Para atingir o objetivo da pesquisa adotamos uma abordagem qualitativa e inspirada na grounded theory, como uma lógica de teoria que “emerge dos dados” (Bandeira-de-Mello & Cunha, 2000). Assim, coletamos dados de 18 jogadores por meio de entrevistas semi-estruturadas, coleta de dados na plataforma Cartola FC, coleta de dados em grupos de Whatsapp dedicados a ligas e perfis de Instagram dedicados a dicas sobre o fantasy game.

Após a análise dos dados, verificamos três categorias analíticas relacionadas ao objetivo da pesquisa: Escalando meu time, Torcendo para meus times e Resenhas em um futebol online.

Assim, é possível afirmar que, em muitos momentos, há uma prevalência da identidade do cartoleiro razão sobre o cartoleiro coração. E, nesse caso, é possível direcionarmos a conclusão desse artigo para uma análise de que a presença nas plataformas relacionadas a esse fantasy e as práticas demandadas por ele direciona os jogadores para um comportamento que torna uma paixão em uma atividade racional e instrumental.

Barros, A., Rosenthal, B., Coelho, C., & Leandro, B. (2024). ‘Brazil must be a country for entrepreneurs and workers, not scoundrels’: Personal branding mechanisms underpinning CEO activism. Human Relations, 00187267241229036. Barros, M. (2018). Digitally crafting a resistant professional identity: The case of Brazilian ‘dirty’bloggers. Organization, 25(6), 755-783. Brown, A. D. (2017). Identity work and organizational identification. International journal of management reviews, 19(3), 296-317. Castells, M. (2004). The network society. Londres: Edward Elgar.