Ética das virtudes
Gestão Diversidade
Organizacões
Área
Estudos Organizacionais
Tema
Diversidade, Diferença e Inclusão nas Organizações
Autores
Nome
1 - Roberto Nascimento Souza Rodrigues UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF) - Niterói
2 - Américo da Costa Ramos Filho UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF) - Faculdade de Administração e Ciências Contábeis
Reumo
Em um cenário de crescente competição e totalmente mutável, as organizações têm a necessidade de se adaptarem ao novo contexto e exigências do mercado de trabalho. (Ferrari&Cabral, 2019; Neves, 2020). Com tantas mudanças no ambiente empresarial, as empresas do futuro trabalharão mais com equipes heterogêneas no que se refere à raça, etnia, gênero e outros grupos culturalmente diversos (Hanashiro&Carvalho, 2005).
Nesse cenário vemos que as políticas de diversidade estão em alta no ambiente organizacional, seja por motivos estratégicos de imagem, ou por responsabilidade social, mas será que toda essa campanha tem conseguido realmente ir além das legislações, códigos e cotas, transformando os ambientes organizacionais em espaços virtuosos e éticos que promovam a diversidade, equidade e inclusão. Diante desse contexto, surge a seguinte questão de pesquisa: Como a implementação dos princípios da ética das virtudes pode contribuir com a Gestão da diversidade organizacional?
A ética aristotélica em seu alcance ultrapassa da moralidade da lei, do contrato, ela envolve o eu, os seres vivos em suas particularidades, nesse entendimento de ética é possível analisar o desenvolvimento da formação integral desse indivíduo em cidadão. A educação do caráter oferece a pessoa percepção e sensibilidade moral para exercer uma função social na vida coletiva. (Hooft, 2013).Uma empresa organizada em um país com uma grande incompreensão com os diferentes, possui grande probabilidade de desenvolver ferramentas de exclusão, no que se refere a seleção e manutenção de pessoas diversas.
Apesar dos esforços das organizações gerar políticas de diversidade, ainda permanecem muitas dúvidas nos pronunciamentos feitos por algumas empresas. Da mesma maneira que buscam o alinhamento mercadológico, observando as novas transformações sociais, nesse contexto as organizações procuram aprovação a partir de um discurso pró-diversidade, embora ainda pouco efetivos em termos práticos (Saraiva e Irigaray, 2009).A implementação de um modelo de gestão e comunicação que analise e atenda a interculturalidade e a diversidade tornou se uma questão central para as organizações públicas e privadas.
Em resposta à pergunta de pesquisa, foi observado que o campo de estudo da Ética das virtudes pode contribuir com a gestão da diversidade de várias formas: Tomada de decisões mais inclusivas por parte dos gestores, aumentar a compreensão de diferentes perspectivas dos funcionários, comunicação com maior eficácia, respeitando e entendo as limitações de cada pessoa, proporcionando um ambiente ético e mais humanizado, aumento da efetividade na resolução de problemas, aumento da conscientização individual e coletiva, desenvolvimento de lideranças inclusivas e redução de conflitos.
Aristóteles (2002). Ética a Nicômaco (6a ed.). São Paulo, SP: Martin Claret.
Bachmann, C., Habisch, A., & Dierksmeier, C. (2018). Practical wisdom: management’s no longer forgotten virtue. Journal of Business Ethics, 153, 147-165. doi:10.1007/s10551-016-3417-y.
Fleury, M. T. L. Gerenciando a diversidade cultural: e periências de empresas brasileiras. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 0, n. , p. -25, jul/set. 2000.
Hooft, Stan. Ética da Virtude. Tradução Fábio Creder. Petrópolis: Vozes, 2013.
Jaeger, W. Aristoteles. Mexico: FCE, 1995.