Resumo

Título do Artigo

SALÁRIOS NO MERCADO DE TRABALHO DO TURISMO BRASILEIRO
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Palavras Chave

Mercado de trabalho do turismo
PNADC
Salários

Área

Turismo e Hospitalidade

Tema

Planejamento e Gestão em Turismo

Autores

Nome
1 - Ana Cristina Rempel de Oliveira
ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES - EACH - USP - PPGTUR
2 - Glauber Eduardo de Oliveira Santos
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH)
3 - Verônica Feder Mayer
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF) - Faculdade de Turismo e Hotelaria

Reumo

Em 2019, o PIB do turismo global foi de US$ 3,5 trilhões, mas caiu 50% em 2020 devido à COVID-19, resultando na perda de 70 milhões de empregos. A recuperação do setor trouxe de volta os empregos, estimando-se 348 milhões em 2023 e 449 milhões em 2034, representando 11% do total mundial. Em 2023, o Brasil foi o quinto país em geração de empregos no turismo, com mais de 7 milhões de postos. Contudo, os empregos no turismo têm condições menos favoráveis e salários inferiores a outros setores. Escolaridade, experiência, gênero e raça influenciam os salários no setor.
As diferenças salariais no setor turístico podem ser observadas em função de distinções estruturais entre segmentos econômicos e regiões geográficas. Embora muitos estudos tenham focado o tema nos últimos 80 anos, ainda não se sabe exatamente quais características determinam os salários. Dito isso, o problema desta pesquisa é: Quais características determinam os salários dos empregados no turismo no Brasil? E o objetivo deste estudo é analisar os salários no turismo no Brasil em 2023, utilizando dados da PNADC, explorando como escolaridade, experiência, gênero e raça se associam aos salários.
O mercado de trabalho reflete a dinâmica de oferta e demanda por empregados. Três teorias principais explicam seu funcionamento: Teoria do Capital Humano (TCH), Segmentação (TS) e Discriminação Estatística (DE). A TCH sugere que investimentos em educação aumentam produtividade e salários. A TS divide o mercado em primário e secundário, com diferenças salariais e condições de trabalho. A DE analisa como preconceitos influenciam contratações. No setor turístico, diferenças salariais refletem distinções estruturais e geográficas, com fatores como escolaridade, experiência, gênero e raça.
Este estudo adota uma abordagem quantitativa descritiva, utilizando dados da PNADC do IBGE. A PNADC detém informações abrangentes sobre mercado de trabalho, educação, habitação e renda, garantindo representatividade e confiabilidade. Para a análise, foram considerados os resultados de 2023, com 248 variáveis e 1.900.989 observações. As análises foram realizadas no RStudio. Foram filtradas 27.057 observações de empregados do setor turístico. Os resultados são apresentados em tabelas e gráficos, caracterizando a amostra e associando salários com características sociodemográficas e ocupacionais.
A região Sul ofereceu os melhores salários, especialmente em Transporte Aéreo e Agências de Viagens, enquanto a região Nordeste teve os piores, particularmente em Alimentação. Trabalhadores com ensino superior, especialmente nos setores de Transporte Aquaviário e Aéreo, são os mais bem remunerados. Idade também influencia significativamente os salários, com trabalhadores mais velhos geralmente recebendo mais. Persistem disparidades salariais por gênero e raça, com homens e brancos ganhando mais. A formalização do trabalho geralmente resulta em melhores salários.
Trabalhadores em Transporte Aéreo e Aquaviário recebem salários mais altos devido a exigências técnicas e riscos, enquanto setores como Alimentação e Alojamento oferecem salários mais baixos. Anomalias salariais, como trabalhadores sem instrução no setor de Aluguel de Automóveis ganhando mais que aqueles com ensino médio, mostram inconsistências que a teoria do capital humano não explica. A teoria da discriminação estatística sugere que preconceitos dos empregadores geram diferenças salariais significativas por gênero e raça.
SILVA; GUIMARÃES, Carla Regina Ferreira Freire. Wage differentials in Brazil: Tourism vs. other service sectors. Cogent Economics and Finance, [S. l.], v. 5, n. 1, 2017. DOI: 10.1080/23322039.2017.1319606. Disponível em: http://doi.org/10.1080/23322039.2017.1319606. BORJAS, George J. Economia do Trabalho. 5 ed ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. MANKIW, Gregory. Principios de economía. 2. ed. Madrid: Mc Graw Hill, 2002. Disponível em: https://medium.com/@arifwicaksanaa/pengertian-use-case-a7e576e1b6bf.