Resumo

Título do Artigo

Mulheres brasileiras que viajam sozinhas e os meios de hospedagem
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Palavras Chave

Mulheres brasileiras
Viagens sozinhas
Meios de hospedagem

Área

Turismo e Hospitalidade

Tema

Dimensões e Contextos do Turismo e da Hospitalidade

Autores

Nome
1 - Gabryela Martins Ghirotti
IFSP - Instituto Federal de São Paulo - Campus São Paulo
2 - Nicoly Cassimira dos Santos
IFSP - Insitituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de São Paulo - Campus São Paulo
3 - Wenya e Silva Oliveira
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO (IFSP) - São Paulo
4 - Rodrigo Ribeiro de Oliveira
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO (IFSP) - São Paulo

Reumo

A estereotipação da mulher em supostos “modelos ideais” para comportamentos e estilos de vida interfere, em sua vivência, enquanto turista que viaja sozinha. Suas liberdades de deslocamento foram, historicamente, incididas por constrangimentos intrinsecamente atrelados ao fato de serem mulheres. Para a mulher que viaja sozinha, os meios de hospedagens fazem parte da experiência como um todo, por ser um subsistema integrado ao Turismo e estar relacionado à atividade do bem receber e acolher – a hospitalidade.
O presente estudo tem a intenção de identificar e compreender as dificuldades enfrentadas por mulheres que viajam sozinhas e os meios de hospedagem utilizado, a fim de explicitar suas perspectivas e seus desafios. Dessa maneira, o artigo pretende abordar e discutir o papel da mulher enquanto turista e seus obstáculos, assim como responder aos seguintes questionamentos: quais são os os meios de hospedagem utilizados por mulheres que viajam sozinhas e o critério utilizado para essa escolha.
A partir da Revolução Industrial, o lazer e o turismo receberam novos significados por virtude das novas tecnologias (TRIGO, 1998). Ainda, nesse período, houve a mudança do papel da mulher vista, estritamente, como dona de casa e mãe e passando a assumir o papel também de trabalhadora/operária - apesar das condições precárias e reivindicações – e isso foi uma das grandes conquistas do período do Movimento Sufragista (PAIVA, 2019). A gradual busca por independência permitiu que as mulheres tomassem suas decisões no que tange, inclusive, às suas próprias vontades, como viajarem.
Em junho de 2021, foi realizado um estudo do tipo grupo focal, de forma virtual, com a participação de cinco mulheres. A temática definida para discussão foi “Mulheres brasileiras que viajam sozinhas e os meios de hospedagem utilizados”, tema que permitiu às participantes relatarem as próprias experiências e contribuírem para obtenção de resultados na pesquisa. Para interpretar e avaliar as falas foi utilizada a técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 1995).
A categorização dos dados obtidos no grupo focal foi dividida entre: preferências dos meios de hospedagem; prioridades na escolha dos meios de hospedagem; segurança; e o fato de ser mulher e as decisões. As participantes abordaram a necessidade de conhecer diversos meios de hospedagens para formarem uma opinião sobre suas preferências; a priorização da limpeza e a localização para escolha da hospedagem; a segurança como um fator de precaução, mas não de impedimento para viajarem; situações vivenciadas em que passaram por algum constrangimento e ações que tomaram para evitá-las.
A partir dos resultados obtidos, foi possível identificar os pontos de vista com base nas vivências pessoais das participantes. Mostrou-se notório o quão importante as viagens sozinhas são como forma de expressar liberdade e oposição aos modelos instaurados na sociedade, que persistem, inclusive, hodiernamente, sendo reflexos históricos de uma superioridade do homem sobre a mulher, os quais foram paulatinamente sendo revertidos. Com base nas perspectivas relatadas, mesmo com as adversidades que encaram, elas não deixam de priorizar suas aspirações e enfrentam os desafios de viajarem sozinhas.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1995. PAIVA, Aline de Lemos. Mulheres e as viagens solo. Orientadora: Professora. Dra. Erly Maria de Carvalho e Silva. 2019. 42 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Turismo) – Universidade Federal, Faculdade de Turismo e Hotelaria, Niterói, 2019. TRIGO, Luiz Gonzaga Godoi. A sociedade pós-industrial e o profissional em Turismo. 2. ed. Campinas: Papirus, 1998.