Resumo

Diante das intenções empreendedoras, que são relevantes no contexto do empreendedorismo, e ainda considerando os empresários juniores, que estão inseridos em ambientes direcionados para atividades empreendedoras, é pertinente destacar a Teoria do Comportamento Planejado (TCP) (Ajzen, 1991), como estrutura conceitual que compreende o comportamento diante das diferentes possibilidades de atuação, mediante alguns antecedentes da intenção, como atitudes pessoais, normas subjetivas e controle comportamental percebido, e isso pode incluir também ações e práticas sustentáveis.

Considerando a intenção empreendedora e a sustentabilidade, sobretudo com foco na consciência ambiental dos empresários juniores, eles que atuam em espaços direcionados para o empreendedorismo, surge o seguinte questionamento para o desenvolvimento desta pesquisa: qual a relação entre consciência ambiental e intenção empreendedora de empresários juniores? Este estudo tem como objetivo analisar a influência da Teoria do Comportamento Planejado (atitudes pessoais, normas subjetivas e controle comportamental percebido) e da consciência ambiental na intenção empreendedora de empresários juniores.

As empresas juniores são organizações sem fins lucrativos pertencentes ao contexto acadêmico, que possibilita a interação dos estudantes com o mundo profissional. A Teoria do Comportamento Planejado (Ajzen, 1991) evidencia que as atitudes pessoais, as normas subjetivas e o controle comportamental percebido são influenciadores da intenção. Quando se trata do empreendedorismo relacionado à consciência ambiental, faz-se necessário compreender as ações dos estudantes para que estes busquem soluções para mitigar os problemas ambientas, impactando positivamente na sociedade e no meio ambiente.

Trata-se de uma pesquisa quantitativa e descritiva. A população compreende 165 empresários juniores de dezessete estados brasileiros e de trinta e seis cursos de graduação de cinquenta Instituições de Ensino Superior. O questionário foi baseado nos arcabouços teóricos de Gonçalves-Dias et al. (2009), para a consciência ambiental; e de Liñán e Chen (2009), para a Teoria do Comportamento Planejado. Para a análise dos dados, além da estatística descritiva e inferencial, utilizaram-se técnicas de análise de multivariada de dados, como a análise fatorial exploratória e a regressão logística.

Os resultados permitiram apontar que existem influências das atitudes pessoais e do controle comportamental percebido na intenção empreendedora dos empresários juniores. Não foi possível confirmar a influência das normas subjetivas e das dimensões da consciência ambiental na intenção empreendedora dos empresários juniores. A partir disso, constata-se a necessidade de um maior alinhamento dessas práticas sustentáveis, por meio das universidades, políticas públicas e das próprias empresas juniores, para estimular esses futuros empreendedores a incorporarem práticas sustentáveis nos negócios.

Quanto mais evidente as atitudes pessoais e o controle comportamental percebido, maior a probabilidade de os empresários juniores empreenderem, mesmo as normas subjetivas não exercendo efeitos diretos na intenção empreendedora. Em relação à consciência ambiental, evidenciou-se que o empreendedorismo deve ser abordado com mais ênfase nas universidades e nas empresas juniores brasileiras, enfatizando a importância das práticas sustentáveis para toda a sociedade, de modo a incentivar os estudantes a incorporarem ações sociais e ambientais na criação de negócios.

Ajzen, I. (1991). The theory of planned behavior. Organizational behavior and human decision processes, 50(2), 179-211. Gonçalves-Dias, S. L. F., Teodósio, A. D. S. D. S., Carvalho, S., & Silva, H. M. R. D. (2009). Consciência ambiental: um estudo exploratório sobre suas implicações para o ensino de administração. RAE eletrônica, 8(1), 1-22. Liñán, F., & Chen, Y. W. (2009). Development and cross–cultural application of a specific instrument to measure entrepreneurial intentions. Entrepreneurship theory and practice, 33(3), 593-617.