Resumo

Título do Artigo

Uma análise sobre os fatores que influenciaram no resultado financeiro dos investimentos realizados pelo FMIEE CRIATEC
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Palavras Chave

Venture Capital
financiamento da inovação
análise de investimentos

Área

Empreendedorismo

Tema

Empreendedorismo Inovador: Startups, Empresas de Base Tecnológica, Incubadoras e Parques Tecnológicos, Capital de Risco

Autores

Nome
1 - Vinícius César Santos de Magalhães
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Belo Horizonte
2 - Márcia Siqueira Rapini
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas
3 - Solange Gomes Leonel
Centro Universitário de Belo Horizonte - Unibh - Buritis

Reumo

Este artigo analisa os investimentos realizados pelo Fundo Criatec, que pode ser considerado um dos principais fundos de VC com foco em empresas de tecnologia em estágio inicial do Brasil. Diversos aspectos comprovam sua importância e sua relevância. O primeiro aspecto é o montante de capital comprometido na abertura do fundo, R$ 100 milhões. O segundo aspecto é a sua abrangência nacional, tendo realizado investimento em 7 estados do Brasil. O Criatec foi estruturado com um período de duração de 10 anos, com início em 2008.
Conforme já esperado, alguns investimentos deram excelentes retornos financeiros, já outros foram inteiramente perdidos, devido ao alto risco, intrínseco ao venture capital. Após o período de dez anos do Fundo, uma questão relevante a se avaliar nas empresas que obtiveram maior sucesso é se elas possuíam algum fator que permitiu retornos financeiros superiores aos das outras empresas. O objetivo deste artigo é responder a seguinte pergunta: Quais as características das empresas investidas pelo Criatec que tiveram retorno financeiro que as diferenciam daquelas que não obtiveram?
As organizações de Venture Capital (VC) são frequentemente apontadas na literatura econômica como uma das fontes de capital externo mais adequada para financiar as empresas nascentes de base tecnológica (cf. SAHLMAN, 1990; BLACK e GILSON, 1998; GOMPERS e LERNER, 2001; METRICK e YASUDA, 2010, LEONEL, 2019). O investimento em VC, envolve um nível de risco alto, já que o objetivo é investir, adquirindo participação acionária, em empresas de tecnologia em estágio inicial. O retorno para as organizações de VC se dão com o crescimento da empresa e sua posterior venda.
A metodologia de pesquisa utilizada foi a ex-post-facto, uma investigação sistemática e empírica na qual o pesquisador não tem controle direto sobre as variáveis independentes e suas manifestações já ocorreram (GIL, 2002). Ademais o método de pesquisa adotado foi o estudo de caso, caracterizado pelo estudo profundo de um ou poucos objetos, permitindo o seu conhecimento detalhado (GIL, 2008). Este trabalho buscou tornar público, a partir de análises quantitativas e qualitativas, a relação entre o retorno financeiro para o Criatec das investidas, e os fatores que influenciaram esse resultado.
Nesta sessão são apresentados os principais fatores que influenciaram no resultado financeiro dos investimentos realizados pelo Criatec. Inicialmente foram avaliadas e selecionadas as variáveis para a análise dos fatores que influenciaram no resultado financeiros dos investimentos do Criatec. Posteriormente, foi determinada a relação de cada um desses fatores com o resultado financeiro e, e por fim, foi realizada uma análise de cluster para identificação do grupo de empresas com caraterísticas similares com o objetivo de identificar as que apresentaram retornos financeiros positivos.
A partir dos resultados obtidos é possível extrair diversos aprendizados que podem ser considerados nos investimentos futuros de VC para fundos públicos à semelhança do Criatec. Os resultados apresentados neste artigo identificam características importantes para o sucesso dos investimentos. Dentre as variáveis analisadas, as variáveis rodadas de investimento, valuation médio, experiência prévia em gestão e grau de inovação, foram as que apresentaram maior grau da associação com a TIR, ou seja, foram os fatores mais importantes para o resultado positivo dos investimentos.
BLACK, B.; GILSON, R. Venture capital and the structure of capital markets banks vs stock markets. Journal of Financial Economics, v. 47, p. 243-277, 1998. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. - São Paulo: Atlas, 2002. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. - São Paulo: Atlas, 2008. LEMOS, P. Universidades e Ecossistemas de Empreendedorismo. Campinas: Editora da Unicamp, 2012. METRICK, A.; YASUDA, A. Venture capital and the finance of innovation. John Wiley & Sons, New York, 2ed, 2010.