Resumo

As questões relacionadas à área da saúde estão no centro das prioridades da sociedade, frente a um contexto global, marcado pelo crescimento da demanda por serviços de saúde que contribuem para o bem-estar da população (Wendland et al., 2019). Considerando uma sociedade cada vez mais móvel e os avanços dos dispositivos móveis com tecnologias 3G e 4G, a infraestrutura de TI sem fio tem possibilitado o suporte a aplicações de cuidados de saúde móveis, além de permitir a criação de uma ampla variedade de aplicativos ligados à saúde como consultas médicas e registros eletrônicos hospitalares.

Um grande número de aplicativos vem sendo disponibilizado para o uso de pacientes, profissionais de saúde e para a sociedade em geral. No entanto, pesquisas têm constatado baixas taxas de adoção e uso contínuo de tecnologias móveis, evidenciando pouco engajamento dos usuários no uso desses aplicativos. Assim, este artigo apresenta uma Revisão Sistemática da Literatura com o objetivo de mapear os estudos realizados sobre adoção e aceitação de dispositivos móveis na área da saúde, visando identificar os principais fatores que influenciam a adoção da tecnologia mHealth na área da saúde.

Huang e Yang (2020) conceituam saúde móvel como uma tecnologia recente que utiliza smartphones para coletar remotamente e continuamente dados biológicos e comportamentais, além de fornecer informações de saúde e recomendações aos usuários. As suas áreas de atuação estão em expansão, existindo inúmeros aplicativos móveis para atender as mais diversas funcionalidades da área da saúde (WHO, 2016). Embora os aplicativos de saúde móvel forneçam vários benefícios para os seus usuários, esta tecnologia ainda não vem sendo completamente aceita ou adotada no longo prazo.

O estudo identificou as principais características das pesquisas realizadas sobre adoção de dispositivos móveis na área da saúde, destacando-se a evolução das publicações ao longo dos anos, as áreas de saúde atendidas, os principais usuários, assuntos abordados e métodos utilizados. Também foram explorados os principais facilitadores e barreiras que influenciam a adoção e aceitação de dispositivos móveis na área de saúde identificados no portfólio. Após a análise, elaborou-se uma lista contendo ações para desenvolver os facilitadores e diminuir o impacto das barreiras na adoção do mhealth.

Os resultados mostraram que existem diversas possibilidades para potencializar o engajamento dos usuários, utilizando-se de fatores facilitadores para incentivá-los e superando fatores inibidores do uso do mHealth. Nesse sentido, destaca-se a necessidade de criação de aplicativos com layout intuitivo; treinamento bem elaborado para equipes e usuários; disponibilidade de versões freemium, utilizando-se do facilitador da gratuidade para atrair usuários sensíveis a custos; e o desenvolvimento de aplicativos que facilite o uso de usuários com acesso limitado a serviços de Internet.

Huang, C. Y., & Yang, M. C. (2020). Empirical investigation of factors influencing consumer intention to use an artificial intelligence-powered mobile application for weight loss and health management. Telemedicine and e-Health, 26(10), 1240-1251. Wendland, J., Lunardi, G. L., & Dolci, D. B. (2019). Adoption of health information technology in the mobile emergency care service. RAUSP Management Journal, 54, 287-304. WHO (2016). Global difusion of eHealth: making universal health coverage achievable. Report of the third global survey on eHealth. Geneva: World Health Organization.