Resumo

Título do Artigo

REFLEXOS DA ESTRUTURA DE FUTEBOL FEMININO NO DESEMPENHO DE CLUBES NACIONAIS E INTERNACIONAIS
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Palavras Chave

Futebol feminino
Clubes de futebol
Desempenho organizacional

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Economia de Empresas, Instituições e Organização Industrial

Autores

Nome
1 - ANNA BEATRIZ GRANGEIRO RIBEIRO MAIA
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR) - Centro de Ciências da Comunicação e Gestão
2 - Alessandra Carvalho de Vasconcelos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
3 - MÁRCIA MARTINS MENDES DE LUCA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade

Reumo

Embora a demanda por performance possa ter características comuns em vários esportes, é possível que haja diferenças entre as atividades masculinas e femininas. Especificamente quanto ao futebol, o debate sobre os atributos corporativos e o desempenho organizacional concentra-se nas equipes masculinas (COSTA et al., 2018; SZYMANSKI; FITZSIMMONS; DANIS, 2019), não sendo encontrados estudos aplicados ao futebol feminino. Assim, explora-se aqui uma das problemáticas elencadas por Nakamura e Cerqueira (2021), no tocante à diversidade de gênero no contexto do futebol e estratégias dos clubes.
A estrutura financeira dos clubes de futebol feminino, na prática, assemelha-se à dos clubes amadores masculinos, cujas principais fontes de renda vêm de doações e investimentos privados, com uma contribuição muito menos substancial do prêmio em dinheiro e receitas de bilheteria e transmissão de jogos (FIFPro, 2017). Nesse contexto, ante a necessidade de geração de mais receitas para a sustentabilidade corporativa do futebol feminino, esta pesquisa tem por objetivo analisar reflexos da estrutura de futebol feminino no desempenho organizacional dos clubes profissionais.
À luz da VBR (BARNEY, 1991; PENROSE, 1959) e a partir de estudos sobre o futebol masculino (COSTA et al., 2018; MAIA; VASCONCELOS, 2016), tem-se que os investimentos dos clubes no futebol feminino podem ser utilizados como estratégia na utilização de seus recursos, tornando-os valiosos, raros, difíceis de imitar e de serem substituídos, favorecendo o incremento no desempenho. Presume-se, assim, que a estrutura de futebol feminino cria valor nos clubes, a partir dos recursos aplicados, incrementando o desempenho organizacional (operacional, econômico-financeiro e de geração de valor).
A amostra é composta por 102 clubes, de 22 países, listados no Club World Ranking (CWR) 2018 – TOP 400. Os dados (referentes à temporada 2017-2018) relacionados à estrutura de futebol feminino e os dados econômico-financeiros foram extraídos dos relatórios anuais dos clubes, disponíveis em seus portais eletrônicos. O desempenho organizacional considerou as dimensões operacional, econômico-financeira e de geração de valor. Para alcance do objetivo foram realizados testes de correlação e regressão linear múltipla, com base em seis modelos econométricos.
A análise de correlação entre os índices de estrutura de futebol feminino (IEFF) e o desempenho dos 102 clubes revelou uma correlação positiva estatisticamente significante entre o desempenho de geração de valor e o IEFF geral e suas duas categorias: Estrutura Física e Econômico-Financeira. As análises de regressão confirmaram apenas a hipótese referente à influência positiva estatisticamente significante do IEFF-Econômico-Financeira do futebol feminino no desempenho de geração de valor dos clubes de futebol, conforme pressupostos da VBR e argumentos oferecidos pela literatura.
Conclui-se que a estrutura de futebol feminino – IEFF-Econômico-Financeira cria valor a partir dos seus recursos aplicados, incrementando o desempenho de geração de valor dos clubes. Logo, considera-se que o objetivo do trabalho foi atingido, sendo que a hipótese geral não pode ser aceita já que não foi confirmado o efeito da estrutura de futebol feminino no desempenho operacional e econômico-financeiro dos clubes nacionais e internacionais estudados.
BARNEY, J. B. Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of Management, v. 17, n. 1, p. 99-120, 1991. COSTA, M. F. et al. Perceived competitive advantage of soccer clubs. Revista de Administração, v. 53, n. 1, p. 23-34, 2018. MAIA, A. B. G. R.; VASCONCELOS, A. C. Disclosure de ativos intangíveis dos clubes de futebol brasileiros e europeus. Contabilidade Vista & Revista, v. 27, n. 3, p. 1-31, 2016. NAKAMURA, W. T.; CERQUEIRA, S. A. A nova era do futebol brasileiro e clubes geridos como negócio. Revista de Administração Contemporânea, v. 25, n. 4, e-210055, 2021.