Resumo

Título do Artigo

DETERMINANTES DA ESTRUTURA DE CAPITAL NAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO FRENTE À CRISE PROVOCADA PELA PANDEMIA DE COVID-19: O CASO DO BRASIL
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Palavras Chave

Cooperativas de crédito
Estrutura de Capital
COVID-19

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Capital, Dividendos e Fusões e Aquisições

Autores

Nome
1 - Flavia Zancan
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEARP USP
2 - Bruno José Canassa
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto
3 - Marcelo Botelho da Costa Moraes
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA-RP

Reumo

A compreensão de como as cooperativas de crédito se adaptam em períodos de crise tem sido pouco explorado no tema estrutura de capital, sobretudo no cenário brasileiro que sofre os impactos do COVID-19. Acreditava-se que as regulamentações, como os Acordos de Basiléia, fossem suficientes para manter o equilíbrio destas instituições, sendo consideradas como principais determinantes das decisões de captação de recursos. Porém, na prática estas instituições assumem posturas mais conservadoras, possibilitando então a identificação de demais determinantes que influenciam na estrutura de capital.
Considerando os elementos teóricos que envolvem os determinantes da estrutura de capital nas instituições financeiras, bem como as particularidades do cooperativismo de crédito, indaga-se sobre quais seriam os determinantes da estrutura de capital das cooperativas de crédito brasileiras, no período da pandemia do COVID-19, a luz das principais teorias. O objetivo deste estudo consiste em analisar os principais determinantes da estrutura de capital das cooperativas de crédito brasileiras, no período da pandemia COVID-19, a luz das teorias de Trade-Off e Pecking Order.
Fundamentado nas Teorias de Pecking Order (Myers, 1984) e Trade-Off (Kraus & Litzenberger, 1973), acredita-se que existem determinantes que explicam o endividamento das cooperativas de crédito, dentre os tradicionalmente usados em bancos, citam-se: rentabilidade; oportunidade de crescimento; liquidez; tamanho; tangibilidade e depósito. Assim, analisar os determinantes de forma comparativa entre períodos sem crise e de crise econômica, é fundamental para entender como estas instituições se adaptam as dinâmicas do mercado, sendo esperado um comportamento estável (Hessou & Lai, 2017).
Foram analisadas 871 cooperativas de crédito brasileiras utilizando os dados do Banco Central do Brasil, entre 2016 a 2020, totalizando 7.713 observações. Utilizou-se o método dos Mínimos Quadrados Ordinários Empilhados, sendo avaliados os semestres anteriores ao COVID-19 (P1: 2016-2019), os semestres de pandemia (P2: 2020) e os semestres gerais (PG: 2016-2020). Como variáveis dependentes, têm-se o endividamento total e o endividamento total sobre o patrimônio líquido. Já, as variáveis independentes são: rentabilidade; oportunidade de crescimento; liquidez; tamanho; tangibilidade e depósito.
Os resultados indicam que as cooperativas de crédito têm apresentado estabilidade em sua estrutura de capital, com relativo aumento do endividamento no período da pandemia comparativamente aos anos anteriores. Ainda, os determinantes oportunidade de crescimento, tamanho e depósito foram significativos no período da pandemia e apresentam relação positiva com a alavancagem, por outro lado, a rentabilidade e a liquidez apresentam relação negativa. Já, a tangibilidade não se mostrou um determinante adequado, sendo que a maior parte das variáveis confirmam a Teoria de Pecking Order.
As cooperativas de crédito mantêm níveis de alavancagem ao longo dos anos, apresentando estabilidade em sua estrutura. Em períodos recessivos, como do COVID-19, percebe-se um aumento do endividamento. Por meio da estimação do modelo, pode-se encontrar que este endividamento é influenciado, no período de pandemia, pela oportunidade de crescimento, tamanho, depósito, rentabilidade e liquidez, confirmando a teoria em mais de 60% das avaliações. A maior parte das variáveis confirmam os pressupostos da Pecking Order, como sendo válida para as cooperativas de crédito brasileiras.
Hessou, H., & Lai, V. S. (2017). Basel III capital buffer requirements and credit union prudential regulation: Canadian evidence. Journal of Financial Stability, 30(1), 92-110. doi: 10.1016/j.jfs.2017.05.002 Kraus, A., & Litzenberger, R. H. (1973). A state-preference model of optimal financial leverage. The Journal of Finance, 28(4), 911-922. doi: 10.2307/2978343 Myers, S. C. (1984). The capital structure puzzle. The Journal of Finance, 39(3), 575-592. doi: 10.1111/j.1540-6261.1984.tb03646.x