Resumo

Título do Artigo

POWERFUL CEOS ESTÃO MENOS PROPENSOS A DEMISSÕES?
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho
Assistir a sessão completa

Palavras Chave

Powerful CEOs
Demissão
Entrincheiramento

Área

Finanças

Tema

Governança Corporativa, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Kelim Bernardes Sprenger
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - Porto Alegre
2 - Letícia Gomes Locatelli
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - Porto Alegre
3 - Cristiano Machado Costa
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - Porto Alegre

Reumo

A atuação do CA, como no caso de demissão do CEO, é relevante pois fornece aos acionistas e ao mercado sinais quanto à qualidade da governança corporativa e à proteção dos direitos dos acionistas. (Fama & Jensen, 1983; Jensen, 1993; Berezinets et al., 2016). Por outro lado, a disposição dos membros do CA em monitorar o CEO é individual e pode ser influenciada pela presença de um CEO poderoso capaz de entrincheirar o CA. (Hermalin & Weisbach, 1998). Logo, a análise do monitoramento do CA na presença de powerful CEO é pertinente, especialmente num contexto de mercado emergente.
Considerando-se que a discussão envolvendo o poder do CEO e possíveis reflexos no ambiente corporativo vem ganhando espaço em pesquisas internacionais e nacionais (Jensen (1993), Shen & Cannella (2002), Pi & Lowe (2011); Urban (2019)), este estudo pretende responder, no ambiente brasileiro, a seguinte questão: Powerful CEOs estão menos propensos à demissão? Desta forma, o principal objetivo do estudo consiste em analisar, no contexto das empresas brasileiras de capital aberto, se powerful CEOs estão menos propensos à demissão.
Esta pesquisa encontrou respaldo teórico na hipótese de entrincheiramento gerencial que afirma que o CA pode ser capturado pelo CEO permitindo que este obtenha benefícios pessoais (Bebchuk & Fried, 2004; Dow, 2013). A capacidade do CA de monitorar o CEO depende do poder do conselho, enquanto a capacidade do CEO de se envolver em atividades que não são congruentes aos interesses da empresa, depende do poder do CEO. (Finkelstein, 2009). Evidências empíricas (Jensen (1993), Shen & Cannella (2002), Pi & Lowe (2011); Urban (2019)) apontam que o poder do CEO influencia na decisão do CA de demiti-lo.
Foram examinadas 260 companhias brasileiras de capital aberto listadas na B3 no período de 2011 a 2018 gerando 1564 observações. Observou-se a demissão de CEOs nestas empresas e frente ao poder do CEO obtido por uma métrica de powerful CEO que representa o conceito multidimensional do poder (poder estrutural, poder de propriedade, poder de especialização e poder de prestígio). Foi utilizado o método de estimação por máxima verossimilhança através de regressão logística com pool de cross-sections com inclusão gradativa de variáveis de controle ensejando 6 especificações para testar a hipótese.
Verificou-se que powerful CEOs estão menos propensos a demissões dada a relação negativa e estatisticamente significativa a 1% inclusive em teste alternativo. Tal relação se manteve com a inclusão de controles referentes a mecanismos de governança corporativa indicando que para cada unidade de poder do CEO a chance de demissão diminui em 6,77 p.p.. Os resultados podem indicar indícios de entrincheiramento do CA por powerful CEOs em linha com a teoria (Hermalin & Weisbach, 1998) e com as considerações de Pi & Lowe (2011); de que o poder do CEO impacta nas decisões do CA quanto à sua demissão.
Entende-se que a pesquisa preenche uma importante lacuna de pesquisa, pois dados os resultados há menor propensão de CEOs poderosos serem demitidos. Estes achados vão ao encontro de estudos internacionais já realizados (Jensen, 1993; Pi & Lowe, 2011; Shen & Cannella, 2002; Urban, 2019), mostrando que no Brasil a extensão do poder do CEO expande os níveis gerenciais e pode impactar nas decisões do CA. Este estudo possui limitações quanto aos critérios para classificar as demissões e à métrica de powerful CEO, mas que não desabonando os resultados encontrados.
Finkelstein, S. (1992). Power in top management teams: Dimensions, measurement, and validation. Academy of Management journal, 35(3), 505-538. Pi, L., & Lowe, J. (2011). Can a powerful CEO avoid involuntary replacement?—An empirical study from China. Asia Pacific Journal of Management, 28(4), 775-805. Shen, W., & Cannella Jr, A. A. (2002). Power dynamics within top management and their impacts on CEO dismissal followed by inside succession. Academy of Management Journal, 45(6), 1195-1206.