Resumo

Título do Artigo

A RELAÇÃO ENTRE A REALIDADE SOCIOECONÔMICA, A SAÚDE MENTAL E O DESEMPENHO ACADÊMICO DOS ALUNOS DE GRADUAÇÃO DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS DE SÃO PAULO
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho
Assistir a sessão completa

Palavras Chave

Saúde Mental
Desempenho Acadêmico
Realidade Socioeconômica

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Ambientes de ensino-aprendizagem

Autores

Nome
1 - Alessandra Biasioli Pignalosa
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - EAESP - Administração Pública
2 - Eduardo de Rezende Francisco
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - Departamento de Tecnologia e Ciência de Dados
3 - Clovis Bueno de Azevedo
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - Departamento de Gestão Pública

Reumo

A problemática envolvendo a saúde mental afeta mais de 300 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2017), especialmente jovens universitários. Ainda assim, inúmeros são os mitos acerca da temática na sociedade global. Entende-se que o início do longo caminho para a quebra desse ciclo é a inclusão da discussão nos diversos ambientes socioinstitucionais, nesse caso, da universidade. Para tanto, realizou-se uma pesquisa quantitativa com os alunos de cursos de graduação da Fundação Getulio Vargas (FGV) de São Paulo, no segundo semestre de 2019.
O objetivo geral da pesquisa é compreender se (e como) a realidade socioeconômica dos alunos, suas vivências acadêmicas e seu desempenho acadêmico se associam dentro do ambiente universitário da FGV. Visa-se, pela publicização dos achados, suscitar a discussão sobre saúde mental nos diversos espaços da Fundação, como as coordenações, diretorias, salas de aula, entidades estudantis e coletivos.
Associando as definições de Filho et al. (1999) e Galderisi et al. (2015), desenham-se três conclusões: a saúde mental não significa a ausência de transtornos mentais; não é sinônimo de alegria constante ou de completo controle sobre as intempéries da vida; e é influenciada por aspectos sociais, culturais e econômicos. Além disso, apesar da alta prevalência de transtornos mentais comuns (TMCs) entre a população universitária (Padovani et al., 2014) variáveis de saúde mental não se mostraram boas preditoras do desempenho acadêmico (Brandão, 2016) em pesquisas de pequena escala.
Foi elaborado um questionário composto por três blocos (realidade socioeconômica, desempenho acadêmico e vivências acadêmicas). Foram 318 respondentes, de quatro cursos (Administração de Empresas, Administração Pública, Direito e Economia). A análise se deu através de Modelos de Regressão Linear Múltipla, tendo Vivências Acadêmicas e Desempenho Acadêmico como variáveis dependentes.
Fez-se, inicialmente, um compilado dos principais dados primários obtidos e traçou-se o perfil médio aluno gvniano. Observou-se que elementos específicos da realidade socioeconômica do aluno podem influenciar o seu desempenho acadêmico, tanto positiva quanto negativamente. Comprovou-se, ainda, que as vivências acadêmicas (à exceção da dimensão institucional) podem influenciar o desempenho acadêmico do aluno. Por fim, as questões remanescentes nos modelos finais não abordam diretamente a temática da saúde mental, ainda que se possa inferir sua existência como fator de influência a todas elas.
As hipóteses aventadas foram confirmadas. Verificou-se a influência de elementos como o curso, a escolaridade dos genitores e o tipo de escola no Ensino Médio sobre o desempenho acadêmico do aluno. Não foi observada, todavia, correlação significativa entre a realidade socioeconômica e a saúde mental do aluno. Não é possível dizer se os resultados foram influenciados pela pequena escala da pesquisa, seguindo Burns (2015), se representam a realidade, ou se foram dissipados pela prevalência de questões de saúde mental sobre os alunos, a independer de sua realidade socioeconômica.
Principais referências: Agnafors et al. (2020); Anderson et al. (2021); Brandão (2016); Burns (2015); Filho et al. (1999); Galderisi et al. (2015); Granado; Santos (2005); Lund et. al. (2010); Padovani et al. (2014); Villar; Santos (2005).