Resumo

Título do Artigo

CARACTERIZANDO O ASSÉDIO MORAL: Estudo em uma Cooperativa de Crédito
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Palavras Chave

Assédio Moral no Trabalho
Atos Negativos
Sintomas físicos e psíquicos

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Comportamento Humano

Autores

Nome
1 - Vera L. Cançado
UNIVERSIDADE FUMEC (FUMEC) - PDMA
2 - Thais Helen Rocha Sena
UNIVERSIDADE FUMEC (FUMEC) - PDMA
3 - Márcia Naves
UNIVERSIDADE FUMEC (FUMEC) - PDMA
4 - Cristiana Fernandes de muylder
UNIVERSIDADE FUMEC (FUMEC) - Programa de Doutorado e Mestrado em Administração

Reumo

O fenômeno assédio moral no trabalho, investigado na literatura sob diferentes abordagens e nomenclaturas, apresenta particularidades, causas em diferentes níveis, bem como pontos de vista divergentes sobre sua própria natureza e processo, o que explicita sua complexidade. A literatura destaca ainda divergências na identificação dos elementos chave utilizados como critério para definição e caracterização do assédio moral, bem como a dificuldade de se operacionalizar os seus elementos constitutivos.
Aliadas às questões teóricas, observam-se dificuldades de comprovação empírica de ocorrência do assédio moral no trabalho. Portanto, como identificar o assédio moral nas organizações é problema relevante, tanto em termos acadêmicos como gerenciais. Diferentemente da maioria das pesquisas sobre o tema, com grandes amostras de trabalhadores de várias organizações, teve-se, neste artigo, o objetivo de identificar a ocorrência do assédio moral e suas consequências para a saúde dos trabalhadores, em uma única organização, denunciada por ocorrência de assédio moral no Ministério Publico do Trabalho.
A partir da revisão de diversos autores (Einarsen et al., 2021; Nielsen et al., 2020; Hirigyen, 2010; Leymann, 1996, entre outros) definiu-se assédio moral no trabalho como como um processo no qual um ou mais indivíduos são submetidos à violência e a atos negativos, de forma contínua, constante e repetitiva (frequência semanal e ocorrência há pelo menos seis meses), e contra os quais a vítima não consegue se defender. Visa humilhar, menosprezar e denegrir a imagem e a reputação do trabalhador; comprometendo seus direitos individuais e sua saúde física e psíquica.
Optou-se pela realização de estudo quantitativo e descritivo em uma Cooperativa de Crédito, aqui denominada Alfa – CCA, com aplicação de questionário composto pelo NAQ-r (Negative Acts Questionaire) para a identificação do assédio moral, e pela adaptação do SRQ20 (Self Report Questionaire), para sintomas físicos e psíquicos. Tais questionários apresentam boas propriedades psicométricas, tendo sido amplamente utilizados e validados internacionalmente e no Brasil. O questionário foi aplicado aos 166 empregados da CCA. Os dados foram analisados por meio de estatística univariada e bivariada.
Os resultados parecem confirmar a existência de assédio moral na organização pesquisada, apesar de algumas inconsistências. Nos resultados da avaliação objetiva em relação aos atos negativos, observa-se que 2,46% indicaram exposição grave, característica do assédio, enquanto na avaliação subjetiva, após ler a definição de assédio moral, essa porcentagem cai para 1,2%. Os respondentes que se declararam assediados apresentaram níveis mais graves de sintomas de saúde, confirmando a relação entre assédio moral e sintomas físicos e psíquicos.
Tais inconsistências podem estar relacionadas às técnicas estatísticas aplicadas, apesar de serem as mais comumente utilizadas em diferentes pesquisas nacionais e internacionais. Tais técnicas, além das limitações, esbarram no problema de que poucos respondentes relatam alta exposição, podendo, assim, levar a distorções das medidas. Esse resultado pode ser exacerbado nesta pesquisa, por se tratar de estudo em uma única organização, com 166 respondentes. Sugere-se futuras pesquisas com a utilização da Curva ROC, visando determinar critérios de corte estatisticamente válidos.
Einarsen, S. V., Hoel, H., Zapf, D., & Cooper, C. L. (ed.) (2020). Bullying and Harassment in the Workplace - Theory, Research and Practice. CRC Press. Nielsen, M. B., Notelaers, G., & Eirnasen, S. V. (2020). Methodological Issues in the Measurement of Workplace Bullying. In S. V. Einarsen et al. Bullying and Harassment in the Workplace - (pp. 235–265). CRC Press. Hirigoyen, M. F. (2010). Mal-estar no trabalho: redefinindo o assédio moral. Bertrand Brasil. Leymann, H. (1996). The Content and Development of Mobbing at Work. European Journal of Work and Organizational Psychology, 5(2), 165–184