Resumo

A liderança é um tópico amplamente discutido e com significativas implicações gerenciais (Zhu, Song, Zhu, & Johnson, 2018). Cada pessoa constrói e articula seus conceitos sobre liderança baseada em suas vivências e experiências. Um processo que resulta em uma Teoria Implícita da Liderança (TILs) que agrega as crenças sobre como os líderes se comportam e o que deles se espera (Eden & Leviathan, 1975). A importância das TILs para a compreensão da liderança demorou para ser reconhecida.

Apesar das TILs serem importantes para a compreensão dos processos de liderança e serem pesquisadas há cerca de cinquenta anos, não existe na literatura um esforço para mapear a evolução deste campo de estudo. Buscando preencher esta lacuna, o objetivo deste artigo é mapear e descrever a evolução do campo de estudo sobre a Teoria Implícita da Liderança, a partir de uma análise bibliométrica.

As Teorias Implícitas da Liderança (TILs) são estruturas ou esquemas cognitivos que especificam características e comportamentos que os liderados esperam dos líderes. Tais esquemas cognitivos são armazenados na memória e ativados quando um indivíduo interage com uma pessoa em posição de liderança (Kenney, Blascovich, & Shaver, 1994). Estas expectativas são importantes, pois estabelecem um quadro interpretativo a partir do qual as informações sobre um possível líder são processadas (Epitropaki, Sy, Martin, Tram-Quon, Topakas, 2013).

Dois tipos de análises foram realizados. O primeiro, denominado análise de desempenho, avaliou a produção científica no campo em termos de quantidade de documentos no período estudado; autores; instituições; periódicos e países mais produtivos; além dos métodos de pesquisa utilizados. Para o mapeamento científico, segunda análise realizada, utilizou-se a ferramenta Vosviewer para avaliar as relações de citação, coautoria e coocorrência de palavras-chave.

Realizou-se um mapeamento da Teoria Implícita da Liderança por uma perspectiva quantitativa e qualitativa. Por uma perspectiva cronológica, foi possível decompor a Teoria Implícita da Liderança em duas fases. A primeira fase foi denominada de emergente ou experimental. Os trabalhos dessa fase enfocavam questões de conteúdo e medição, usando amostras de alunos de graduação em experimentos de laboratório. A fase seguinte aglutina pesquisas sobre TILs que migram de um ambiente laboratorial, para abordar explicitamente o efeito das teorias implícitas no contexto de líderes-liderados reais.

Eden, D., & Leviathan, U. (1975). Implicit leadership theory as a determinant of the factor structure underlying supervisory behavior scales. Journal of Applied Psychology, 60, 736–741. Epitropaki, O., Sy, T., Martin, R., Tram-Quon, S., & Topakas, A. (2013). Implicit leadership and followership theories “in the wild”: taking stock of information-processing approaches to leadership and followership in organizational settings. The Leadership Quarterly. 24:858–81