Resumo

Título do Artigo

Educação midiática: reflexões para a cidadania e alfabetização crítica
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Palavras Chave

educação midiática
literacia midiática
desinformação

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Desenvolvimento Sustentável e os ODSs

Autores

Nome
1 - Vicente Reis Medeiros
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL (PUCRS) - PPGAD
2 - Guilherme Amaral da Silveira
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL (PUCRS) - Escola de Negócios
3 - mariana recena aydos
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL (PUCRS) - Escola de Negócios

Reumo

Atualmente, reforça-se a importância da verificação de fatos, impulsionando a necessidade por uma educação midiática, o que pressupõe uma série de medidas formativas complexas. O presente ensaio propõe uma reflexão sobre a educação midiática como ferramenta para o exercício de uma cidadania informada e como instrumento de alfabetização crítica na era digital. No Brasil, um avanço possível nesse sentido surge com as discussões da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que traz à tona o eixo midiático-jornalístico ao incluir, entre as dimensões de competências, a mídia e a cultura digital.
O impacto das TIC nos meios de comunicação e a crise da Covid-19 mudaram o modo como a sociedade se relaciona com a informação na internet. Nota-se a necessidade de uma conscientização crítica no que tange os meios digitais e o alcance dessa meta passa por um processo de educação midiática dirigido a toda população. Assim, o objetivo deste ensaio teórico é propor uma reflexão a respeito da educação midiática como ferramenta para o exercício de uma cidadania informada e como instrumento de alfabetização crítica na era digital.
Para Aufderheide (1992), toda pessoa deveria ter a oportunidade de ser alguém alfabetizado midiaticamente, isto é, um indivíduo capaz de decodificar, avaliar, analisar e produzir mídia impressa e eletrônica. Com o avanço das mídias digitais, o tema ganhou foco em políticas educacionais e ações para promovê-la e medi-la (LIVINGSTONE, 2004). Kellner e Share (2008) trazem uma discussão em defesa da alfabetização crítica da mídia que vise a ampliar a noção de alfabetização, incluindo uma ampla variedade de formas de cultura midiática.
Vivemos em um contexto de rápidas transformações em que a tecnologia dita o ritmo de maneira veloz. Ao considerarmos os nativos não digitais, essa aceleração pode aumentar o fosso da exclusão. Para além da capacitação técnica e operacional, a educação midiática pode contribuir para a construção de uma sociedade civilmente mais engajada, seguindo as premissas e metas dos ODS. Além disso, é premente a adoção de medidas para mitigar o analfabetismo funcional digital bastante presente na sociedade brasileira.
A educação midiática se soma à educação tradicional, pois uma não existe sem a outra. Considerando o fato de que o progresso educacional é um fenômeno naturalmente demorado, sugere-se que, até lá, futuras pesquisas busquem alternativas sobre como viabilizar a convivência em um mundo contrastado pelas significativas diferenças sociais. Concordamos com a visão de Gutiérrez e Tyner (2012), para evitar que a sociedade enxergue a educação midiática meramente como uma capacitação para geração de riqueza a partir do consumo e produção de informação.
AUFDERHEIDE, P. Media Literacy: A Report of the National Leadership Conference on Media Literacy. Washington, DC: Aspen Institute, 1992. GUTIÉRREZ, A.; TYNER, K. Educación para los medios, alfabetización mediática y competencia digital. Comunicar, v. 19, n. 38, p. 31-39, 2012. KELLNER, D.; SHARE, J. Educação para a leitura crítica da mídia, democracia radical e a reconstrução da educação. Educ. Soc., Campinas, v. 29, n. 104 - Especial, p. 687-715, out. 2008. LIVINGSTONE, S. What is media literacy? Intermedia, v. 32, n. 3. p. 18-20, 2004.