Resumo

Título do Artigo

ABORDAGEM ANTECIPATIVA PARA AJUSTE ESTRUTURAL CONTINGENCIAL NAS EMPRESAS ATRAVÉS DO USO DO FORESIGHT: UMA CONTRIBUIÇÃO À TEORIA DA CONTINGÊNCIA
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Palavras Chave

Teoria das Contingências
Foresight
Antecipação

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Processo Estratégico nas Organizações

Autores

Nome
1 - Carlos Javier Brito Cabrera
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - PPGA
2 - Raquel Janissek-Muniz
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Escola de Administração

Reumo

O ambiente organizacional é caracterizado por mudanças imprevisíveis nos fatores ambientais externos (Järvenpää et al., 2020). As mudanças nesses fatores, também chamados fatores de contingência (FC), causam desajustes nas estruturas das empresas, levando-as a buscar adequação de suas estruturas (Donaldson, 1987, 2001). Uma forma das empresas estarem habilitadas a ajustar suas estruturas em antecipação às mudanças nos FC é aplicando sistematicamente os processos de Foresight (Cainelli & Janissek-Muniz, 2019; Lesca, 2003), visando estabelecer uma cultura proativa aos eventos do ambiente.
O trabalho tem a seguinte problemática: se a Teoria das Contingências (TC) explica o ajuste estrutural das empresas a partir de um processo reativo, seria possível que, se as empresas incorporarem processos de Foresight em suas estruturas organizacionais, esse ajuste estrutural organizacional pudesse ser antecipado? Para tanto, desenvolve-se uma discussão entre o ajuste estrutural adaptativo x reativo em empresas, como resultado de mudanças nos fatores de contingência do ambiente proposto pela TC, com a característica antecipativa & proativa que caracteriza processos de Foresight.
O ambiente pode ser explorado de forma reativa ou proativa. No modo reativo, a informação é obtida para resolver problemas atuais ou necessidades já estabelecidas. No proativo, o ambiente é monitorado em busca de oportunidades ou ameaças futuras (Mayer et al., 2013), ainda em formação. Quando as empresas incorporam processos de Foresight elas desenvolvem atitudes proativas em relação às mudanças contingenciais. Como consequência dessas mudanças, a Teoria da Contingência suporta o ajuste da empresa e sua estrutura organizacional às contingências, a fim de alcançar alto desempenho (Lau, 2014).
A abordagem de ajuste estrutural é considerada uma adaptação da estrutura organizacional às mudanças de contingência (Burkert et al., 2014). Se a variável de contingência tem efeito moderador na estrutura organizacional, alterando seu desempenho (Donaldson, 1987), as mudanças são desajustes que fazem a empresa direcionar-se para o reajuste de sua estrutura. Se a empresa adapta sua estrutura às mudanças de contingência, seu comportamento é reativo. Se, por outro lado, ela usa informação do ambiente para antecipar movimentos, ela tem a oportunidade de proagir, gerando vantagem competitiva.
Os fatores contingenciais, ao tomarem forma como variáveis observadas através dos processos de Foresight, passam a ser monitorados, desenvolvendo a capacidade proativa das empresas. Sugere-se que processos de Foresight, desenvolvidos para antecipar os movimentos de seu ambiente, possa ser embasado pela Teoria da Contingência. Se como resultado da aplicação desses processos a empresa ajusta sua estrutura, pode-se assumir que o ajuste estrutural foi antecipado e proativo. Pelo contrário, se a empresa se ajustar sem aplicar processos de Foresight, supõe-se que o ajuste tenha sido apenas reativo.
Donaldson, L. (2006). The contingency theory of organizational design. Organization Design, 284. Janissek-Muniz, R. et al (2007). A Inteligência Estratégica Antecipativa como apoio ao desenvolvimento da capacidade de adaptação das organizações. Anais CONTECSI 2007. Battistella, C. (2014). The organisation of Corporate Foresight. Tech Forecasting and Social Change, 87. Rohrbeck, R., & Schwarz, J. O. (2013). The value contribution of strategic foresight: Insights from an empirical study of large European companies. Technological Forecasting and Social Change, 80(8), 1593–1606.