Resumo

Título do Artigo

DA FUGA PARA O CAFÉ À FUGA PARA O INSTAGRAM: A EXIBIÇÃO CONSPÍCUA DO TEMPO E A SUA RELAÇÃO COM O BEM-ESTAR SUBJETIVO
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Palavras Chave

Consumo conspícuo do tempo
Bem-estar subjetivo
Estilo de vida ocupado

Área

Marketing

Tema

Marketing e Sociedade

Autores

Nome
1 - Ernanda Gabrielly da Silva Vasconcelos
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - João Pessoa
2 - Nelsio Rodrigues de Abreu
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Programa de Pós-Graduação em Administração

Reumo

O dia dispõe de 24 horas, a percepção de “falta de tempo” das pessoas passou a ser um sentimento comum. Enquanto as pesquisas sobre consumo conspícuo têm investigado a maneira como as pessoas gastam dinheiro em bens que simbolizam status, este estudo procura investigar a partir da exibição no Instagram, a forma como as inferências de status baseadas em como os consumidores alocam o seu tempo (trabalho e lazer), interferem no bem-estar subjetivo individual. “Da fuga para o café à fuga para o Instagram” além de se ater ao novo paradigma social e cultural que potencializa a cultura da velocidade.
Este estudo problematiza a seguinte questão: Como a conspicuidade do tempo exibido no Instagram influencia na percepção de bem-estar subjetivo dos usuários que demonstram estarem ocupados?
O bem-estar subjetivo consiste em avaliações globais que as pessoas fazem das suas vidas. Assim, entender o dinheiro e o tempo, como dimensões que estão associadas a altos níveis de bem-estar subjetivo. Já a aceleração leva a um aumento da velocidade e do ritmo de vida e, assim, a sociedade contemporânea e seus cidadãos tornam-se famintos de tempo (ROSA, 2013). O consumo conspícuo entre os consumidores ocorrer também através de algo imaterial, ou seja, a concepção da conspicuidade do tempo é usada para se referir a indivíduos que se mostram ocupados em todos os âmbitos de sua vida.
Pôde-se inferir que esta temática ainda é incipiente no campo da Administração, pois não foram encontrados estudos dedicados à investigação da relação da temática do consumo conspícuo do tempo com o bem-estar subjetivo. Em virtude do caráter exploratório deste estudo, a escolha do método de pesquisa qualitativa tornou-se uma opção mais adequada pois garante o acesso aos aspectos subjetivos importantes da realidade estudada. Para tanto, e inserida no escopo da pesquisa qualitativa, destaca-se a história oral temática como técnica complementar à coleta de dados.
A auto apresentação, neste caso como ocupado, é compreendida com efeito positivo no bem-estar subjetivo. As pessoas percebem o estado de “ocupado” como de fato um sinal de status, pois a ocupação acarreta em sentimentos positivos como dignidade e plenitude, por exemplo. Entretanto, o comportamento dos sujeitos sugere que o uso das redes sociais virtuais, de modo específico, exibir-se conspicuamente, também promove redução do bem-estar subjetivo na medida que gera comparações sociais.
Apesar dos custos, nem excesso de trabalho nem a exposição do indivíduo tornaram este estilo de vida menos aspiracional. A observação do comportamento conspícuo dos sujeitos, indicou que a conspicuidade do tempo está muito além do simples fato de se mostrarem ocupados. Ocorre que sim, os indivíduos se mostram como pessoas que se dedicam a mais horas de trabalho do que de lazer, mas a demonstração do consumo do pouco tempo livre que lhes resta torna-se interessante quando fomente no observador, a certeza de que essas atividades foram proporcionadas pelo trabalho.
BELLEZZA, Silvia; PAHARIA, Neeru; KEINAN, Anat. Conspicuous consumption of time: When busyness and lack of leisure time become a status symbol. Journal of Consumer Research, v. 44, n. 1, p. 118-138, 2016. DIENER, Ed et al. Findings all psychologists should know from the new science on subjective well-being. Canadian Psychology/psychologie canadienne, v. 58, n. 2, p. 87, 2017. MCCRACKEN, G. The history of consumption: A literature review and consumer guide, Journal of Consumer Policy, Vol. 10, No. 2, 1987, 139-166 VEBLEN, Thorstein. 2007. The theory of the leisure class. 1899.