Resumo

Título do Artigo

FACTORES DETERMINANTES PARA PRÁTICAS SOCIAIS E AMBIENTAIS DE RESPONSABILIDADE EMPRESARIAL EM MOÇAMBIQUE
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Palavras Chave

Responsabilidade Social Empresarial (RSE)
Moçambique
Determinantes da RSE

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Responsabilidade Social Corporativa (RSC)

Autores

Nome
1 - Eulalia Madime
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE - Faculdade de Economia
2 - Tiago Cruz Gonçalves
Instituto Superior de Economia e Gestão - Universidade de Lisboa - ADVANCE / CSG

Reumo

A literatura revela que as empresas africanas pouco contribuiem para o desenvolvimento sustentável das comunidades, apresentando piores níveis de divulgação de RSE. Moçambique não é excepção. O consenso sobre RSE em Moçambique resulta da contribuição dos movimentos ambientalistas e do quadro normativo sobre temáticas ambientais. No entanto, Sitoe (2016) argumenta não ser claro o posicionamento empresarial na SER. Assim, algumas empresas empreendem acções de filantropia como forma de promoção da sua imagem. KPMG (2007) revela que as empresas moçambicanas não conhecem o real conceito da RSE.
Este estudo analisa os principais factores que determinam a adopção das práticas sociais e ambientais nas empresas que operam em Moçambique. Assim, pretende analisar a percepção dos gestores sobre a pressão, motivação e barreiras que enfrentam para a prática de actividades de natureza social e ambiental.
A RSE sustenta-se nas teorias de Legitimidade, de stakeholders e institucional. A teoria stakeholders apresenta duas variantes: uma que respeita à atenção a todas partes interessadas nas actividades da organização; a segunda é entendida de maneira estrita centrada na organização e relaciona-se com a responsabilidade empírica. Esta última coincide com o conceito da teoria de legitimidade onde tentam garantir que as suas actividades sejam percebidas como sendo legítimas. Na teoria institucional, a dependência de uma organização cria isomorfismos de estrutura, clima e foco comportamental.
Os dados foram recolhidos através de Inquérito em amostragem estratificada em função da dimensão e da natureza das actividades, usando perguntas do tipo Likert. Aferiram-se construtos de Pressão, Motivação interna e Barreiras às praticas RSE, bem como o cumprimento de praticas sociais e ambientais. Obtiveram-se 227 respostas representativas do tecido empresarial moçambicano. Para analisar os dados e testar o modelo conceptual apresentado, foi utilizada a metodologia PLS (Partial Least Squares), ou método dos mínimos quadrados parciais, usando o software SmartPLS 3.0.
Os resultados mostram que existe pouca pressão dos stakeholders e sociedade no geral, baixa motivação dos agentes responsáveis em praticar acções sociais e ambientais e que estes reconhecem que as barreiras existem mas não têm um efeito significativo na decisão de adopção das práticas de RSE. Constatou-se igualmente que na análise da RSE, as práticas sociais devem ser vistas separadamente das práticas ambientais.
As concluões convergem com o argumento de Hossain et al. (2016) que defendem que os resultados do contexto ocidental não têm que ser necessariamente aplicáveis e transferíveis para países em desenvolvimento, como Moçambique. Numa perspectiva prática, o estudo dá a conhecer ao governo, académicos e à sociedade em geral, os factores determinantes de RSE em Moçambique, o que permite a formulação de estratégias apropriadas que servirão de indicadores das áreas que precisam de melhoramento de políticas no país.
KPMG (2007), KPMG International Survey of Corporate Responsibility Reporting 2007, KMPG, International. Sitoe, M.A (2016) Responsabilidade Social Empresarial: Proposta de Modelo de avaliaçao. Maputo: minervapress.