Resumo

Título do Artigo

REPUTAÇÃO CORPORATIVA E DISCLOSURE DE RISCOS NÃO FINANCEIROS NAS MAIORES COMPANHIAS ABERTAS DO BRASIL
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Palavras Chave

Reputação corporativa
Disclosure de riscos não financeiros
Teoria da legitimidade

Área

Finanças

Tema

Governança Corporativa, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Beatriz Alves dos Santos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Programa de Pós-Graduação em Administração e Controladoria- PPAC
2 - ANNA BEATRIZ GRANGEIRO RIBEIRO MAIA
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR) - Centro de Ciências da Comunicação e Gestão
3 - Alessandra Carvalho de Vasconcelos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
4 - MÁRCIA MARTINS MENDES DE LUCA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade

Reumo

A análise entre reputação corporativa e o disclosure de riscos é relevante em virtude de ambos serem fundamentais para as estratégias empresariais, uma vez que o bom desempenho depende tanto de altos retornos como de baixos riscos. A pesquisa se reveste de relevância social por considerar um campo empírico com grandes empresas atuantes no Brasil, que poderá auxiliar na compreensão dos interesses das entidades ao realizar suas divulgações de riscos não financeiros, em geral e de suas subcategorias, bem como, na perspectiva gerencial, na previsão de comportamentos e melhores tomadas de decisão.
Considerando a contextualização exposta, bem como as evidências da literatura de que companhias de maior visibilidade apresentam maior divulgação, inclusive no tocante a riscos, formula-se o seguinte problema de pesquisa: Qual a relação entre a reputação corporativa e o disclosure de riscos não financeiros nas empresas brasileiras? Sob este prisma e à luz da teoria da legitimidade, a pesquisa tem por objetivo geral analisar a relação entre reputação corporativa e o disclosure de riscos não financeiros nas maiores companhias abertas do Brasil.
No cenário da reputação corporativa, a teoria da legitimidade sugere que as firmas buscam aceitação social ou alcançar uma imagem positiva sobre a execução de suas operações (SEHN; ZANCHET; GOMES, 2018). Essa aceitação pode ser refletida como reputação corporativa, que é o somatório das diversas percepções que os stakeholders têm sobre a firma (ALDAZ; ALVAREZ; CALVO, 2015). Grecco et al. (2013) e Louhichi e Zreik (2015) apontam que, visando obter apoio e recursos dos stakeholders, as firmas podem vir a apresentar algumas práticas de divulgação, tendo como base as expectativas e normas sociais.
A amostra reúne 118 companhias listadas na B3 e 345 Formulários de Referência de 2016 a 2018. A reputação corporativa foi analisada a partir da presença das empresas nas carteiras teóricas do ISE e/ou do ICO2 da B3, dos anos de 2016, 2017 e 2018, criando dois grupos: com reputação corporativa e sem reputação corporativa. Para o nível de disclosure de riscos, foi analisada a seção 4 (Fatores de risco) do Formulário de Referência do triênio 2016-2018, por meio de uma escala de 0 a 4, considerando um checklist com 31 fatores de risco, classificados em 4 subcategorias de riscos não financeiros.
A partir da aplicação dos cinco modelos de regressão linear, os resultados permitiram alcançar o objetivo delimitado, evidenciando influência da reputação corporativa no disclosure de riscos não financeiros, ou seja, a existência de reputação presume menor divulgação sobre riscos não financeiros. Do exposto, empresas com reputação se mostraram mais propensas a evidenciar menos informações sobre os riscos não financeiros em seus relatórios institucionais, considerando a delimitação espaço-temporal e proxies utilizadas nesta pesquisa.
Conclui-se que há influência negativa estatisticamente significante da reputação corporativa no disclosure de riscos não financeiros. Ou seja, empresas com reputação mostraram-se mais propensas a evidenciar menos informações sobre os riscos não financeiros em seus relatórios institucionais. Assim, a hipótese da pesquisa não foi aceita. Logo, conclui-se que a reputação corporativa influencia negativamente o disclosure de riscos não financeiros, considerando as empresas da amostra, o que levanta indícios sobre a necessidade de novos estudos sobre os constructos.
ALDAZ, M.; ALVAREZ, I.; CALVO, J. A. Non-financial reports, anti-corruption performance and corporate reputation. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, v. 17, n. 58, p. 1321-1340, 2015. LOUHICHI, W.; ZREIK, O. Corporate risk reporting: a study of the impact of risk disclosure on firms reputation. Economics Bulletin, v. 35, p. 2395-2408, 2015. SEHN, L. C.; ZANCHET, A.; GOMES, M. Divulgação das informações ambientais pelas cooperativas agropecuárias: uma análise a partir da teoria da legitimidade. Informe Gepec, v. 22, n. 1, p. 63-82, 2018.