Políticas, Modelos e Práticas de gestão: do tradicional às competências
Autores
Nome
1 - Valmir Emil Hoffmann UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - PPGC, PPGCG
2 - Ana Caroline de Sousa Barros UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - Programa de Pós-Graduação em Contabilidade
3 - VANESSA DE MENESES SILVA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - Campus I
4 - Morgana Siqueira da Silva UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ (UNIVALI) - Itajaí
Reumo
Já se passaram 30 anos desde que Prahalad e Hamel (1990) escreveram o texto “The core competence of the firm”. Desde então, o tema competências vem crescendo em interesse, talvez pelo fato de se relacionar com o desempenho das organizações. Este tema surgiu no contexto da iniciativa privada voltado a compreender como as organizações se tornam permanentes. Na administração pública a preocupação aparece no bojo da New Public Management (Saraiva & Capelão, 2000) e a adoção de práticas gerenciais passou a ser proposta para alcançar a eficiência.
Este estudo tem como objetivo caracterizar a produção acadêmica sobre o tema competências na administração pública e na área de saúde, disponível em periódicos nacionais e internacionais, a partir da análise de aspectos metodológicos e conceituais apresentados.
A estratégia organizacional deve ser estabelecida para identificar, manter e utilizar as competências alinhadas aos objetivos da organização (Chouhan & Srivastava, 2014). Nas últimas décadas, houve uma expansão no uso de modelos de competências (Skorková, 2016), os quais são adaptados à organização e auxiliam os funcionários a estabelecer uma linguagem comum e compreender o que se entende por desempenho superior (Chouhan & Srivastava, 2014). Na administração pública, a gestão por competências está sendo adotada para garantir a entrega de trabalho com sucesso (Skorková, 2016).
Os achados evidenciaram concentração de publicações nacionais e internacionais na década de 2010-2020, indicando interesse recente na temática, embora esse crescimento seja maior no Brasil que no exterior. Além disso, demonstrou-se que a associação entre as palavras-chaves no Brasil é diferente da publicação internacional, o que indica maneiras distintas de pesquisar o tema. A análise de redes sociais (ARS) dos estudos brasileiros apresentou diferenças entre o primeiro e o segundo decênios em termos de: número de construtos envolvidos, frequência de estudos qualitativos e quantitativos.
A ênfase dada ao desempenho quando se discute competências no exterior é menos frequente que no Brasil. Vivemos um momento em que o tema competências com foco no desempenho aparece mais central que antes, embora menos que no exterior. Além disso, parece haver uma maior compreensão sobre o potencial da pesquisa no tema em relação a outros construtos. Outrossim, identificou-se que a pesquisa sobre essa temática continua crescente no Brasil, em parte impulsionada pelo aparato institucional.
Chouhan, V. S. & Srivastava, S. (2014). Understanding Competencies and Competency Modeling - A Literature Survey. Journal of Business and Management, 16(1), 14-22. DOI: https://doi.org/10.9790/487X-16111422
Prahalad, C. K., & Hamel, G. (1990). The Core Competence of the Corporation. Harvard Business Review, 70-91.
Saraiva, L. A. S., & Capelão, L. G. F. (2000). A nova administração pública e o foco no cidadão: burocracia x marketing?. Revista de Administração Pública, 34(2), 1-9.
Skorková, Z. (2016). Competency models in public sector. Procedia - Social and Behavioral Sciences, 230 (1), 226-234